O PSB gaúcho cancelou a reunião do diretório que estava marcada para o próximo sábado e durante a qual o partido pretendia definir tanto sua posição no pleito estadual como indicar o nome do candidato ao Senado: a disputa, acirrada, está entre o ex-deputado Beto Albuquerque e o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. Comunicado divulgado na noite de quarta-feira pela direção estadual informa aos filiados a transferência da reunião em função das “muitas indefinições” nos cenários eleitorais do país e do Estado. A nova data será divulgada após a reunião da executiva que ocorre na segunda-feira.
O comunicado aponta sete motivos para a transferência da reunião. Os três primeiros são os que de fato pesaram na decisão. São eles a necessidade de definição a respeito da candidatura de Joaquim Barbosa à presidência da República; as indefinições nas coligações majoritárias para a disputa ao governo do Estado; e a dificuldade de consenso na questão das vagas ao Senado. O documento lembra que a executiva aprovou que o partido indique dois candidatos ao Senado. Mas a decisão enfrenta resistências principalmente dos apoiadores de Beto.
Nos bastidores, tanto Beto quanto Fortunati já receberam diferentes propostas para que concorram a uma vaga a Câmara Federal. Mas nenhum cedeu. E a tensão aumentou depois que o PMDB passou a fazer movimentos explícitos para lançar o ex-governador Germano Rigotto ao Senado. Hoje, internamente, o PSB tem forte inclinação a manter a aliança em torno da reeleição do governador José Ivo Sartori, e tenta negociar a indicação para as duas vagas ao Senado, mas o PMDB também já indicou que só disponibilizará uma.
Se Barbosa confirmar a candidatura à presidência, a disputa entre Beto e Fortunati tende a ficar mais acirrada porque é unanimidade no partido a avaliação de que o ex-ministro do STF vai ajudar a puxar votos para todos os candidatos do PSB, entre eles os que desejam uma cadeira no Senado. O presidente da legenda no RS, o deputado federal José Stédile, vem declarando que a candidatura de Beto é prioridade. Mas os apoiadores de Fortunati lembram que a vaga do senado foi a principal condição para seu ingresso na legenda. A direção está estabelecendo informalmente um prazo de até três semanas para que o impasse se resolva.