Alguns produtores sul-americanos de commodities deve ver suas fortunas aumentarem em função da disputa comercial entre China e Estados Unidos. Mas nenhum deles está satisfeito, ao menos publicamente, segundo reportagem da Bloomberg.
A China aproveitar para aprofundar suas relações com a América do Sul para compensar o fechamento do mercado dos Estados Unidos. No caso da soja, se Pequim restringir as importações do produto dos Estados Unidos, provavelmente compraria de países como Paraguai, Argentina e Brasil, disse o presidente do Banco Central paraguaio, Carlos Fernandez Valdovinos.
“Como não há oferta suficiente, o preço vai subir, então no final das contas vamos ser beneficiados”, disse Fernandez em uma entrevista em Washington em um encontro do Fundo Monetário Internacional. “Mas guerras comerciais são ruim para todos. Talvez seja beneficioso para um setor, talvez por um ano, mas no médio prazo é ruim para todos”.
Enquanto o presidente dos Estados Unidos Donald Trump usa o deficit comercial para justificar a posição protecionista, as Américas do Sul e Central tem estado fora desse combate. Os Estados Unidos possuem um superavit com a região desde 2009 e no ano passado alcançou US$ 75 bilhões. Mas o seu deficit comercial com a China era de US$ 102 bilhões e mais do que triplicou.
A China tem fortalecido suas relações com a América do Sul por mais de duas décadas. Ela tirou os Estados Unidos da posição de principal parceiro comercial em 2009 e desde então continua na mesma posição.
“Se vocês me derem duas opções – beneficiar-se desse conflito ou não ter esse conflito e continuar o ambiente global benigno – eu preferiria continuar tendo o ambiente global benigno”, disse o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn.
(Agrolink)