Após abrir inquérito para apurar a construção da Escola de Bombeiros no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), no bairro Menino Deus, na Capital, a Promotoria de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística indicou um representante do órgão para visitar, nessa quarta-feira, as dependências do local. Acompanhado de vereadores que compõem a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, o promotor Cláudio Ari Pinheiro de Mello garante que a área localizada no Menino Deus não está em condições de abrigar a estrutura, que hoje fica na rua Silva Só, junto ao Ginásio da Brigada Militar, em um terreno no bairro Santa Cecília que o governo pretende leiloar.
Mello observou que o Cete oferece treinamento a campeões de esportes de alto rendimento, o que demanda mais investimentos, e não retirada de espaço. “A visita confirma a impressão que nós tínhamos, que o equipamento não tem como receber estrutura de prédios para acomodar a Escola do Corpo de Bombeiros sem que isso afete muito dramaticamente a funcionalidade original do prédio, que é muito rica, diversificada e muito utilizada”, sustenta.
Mello ressalta que o impacto urbanístico na região precisa ser analisado de maneira mais técnica, mas adverte que a Promotoria ainda não recebeu uma posição oficial do governo do Estado, que ‘talvez tenha que refletir um pouquinho’.
O promotor garante, no entanto, que o Ministério Público, ao receber o projeto, vai continuar com estudos próprios sobre a questão. “Outro aspecto, talvez não tão importante mas que pode contar como decisivo, é se o governo estudou os tantos outros espaços que são alternativos e que não causariam dano urbanístico à cidade como um investimento aqui no Cete provocaria”, compara.
Uma das representantes da comissão de Educação da Câmara, a vereadora Sofia Cavedon (PT) defende uma estrutura adequada aos bombeiros, mas salienta que o local escolhido pelo Estado para instalar a Escola da corporação vai gerar impacto viário e interferir no direito à segurança das pessoas. “Estamos convencidos de que há lugares mais adequados (para a instalação), mas principalmente que será uma interferência brutal neste que é o último reduto que temos público (para a prática de esportes e treinamento”, explica. “É um absurdo que o Estado não perceba isso, tenha olhado de uma forma pragmática e superficial e decidido sem discutir com a sociedade”.