Em mais um dia de volatilidade no mercado doméstico e externo, a moeda norte-americana voltou a subir e fechou no valor mais alto em quase dois anos. O dólar comercial encerrou a quarta-feira vendido a R$ 3,486, com alta de R$ 0,017 (+0,48%). A cotação está no maior nível desde 13 de junho de 2016, quando tinha fechado em R$ 3,487.
O dólar subiu pela quinta sessão seguida. Hoje, operou com valorização durante todo o dia, chegando a R$ 3,512 por volta das 13h. Nas horas finais de negociação, o ritmo de alta recuou um pouco nas horas finais de negociação. O Banco Central (BC) rolou (renovou) normalmente os contratos de swap cambial, que servem como uma espécie de venda de dólares no mercado futuro, sem promover intervenções extras no câmbio.
O dia também se manteve tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou a quarta-feira com recuo de 0,5%, aos 85.044 pontos. Foi o segundo dia consecutivo de queda. As ações da Petrobras, as mais negociadas, caíram 3,17% (papéis ordinários, com direito a voto em assembleia de acionistas) e 2,99% (preferenciais, com preferência na distribuição de dividendos).
O dólar subiu no dia seguinte à decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar da responsabilidade do juiz Sérgio Moro trechos de delações de executivos da Odebrecht contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além das tensões políticas no Brasil, o mercado foi influenciado pelo cenário internacional. Indicações de que a inflação nos Estados Unidos pode ser maior que o previsto aumentaram a demanda por títulos do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.
O fato de a inflação da maior economia do planeta estar em alta aumenta as possibilidades de que o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, eleve os juros além do previsto. Taxas mais altas em economias avançadas atraem os investidores internacionais, retirando o dinheiro de países emergentes, como o Brasil, pressionando para cima a cotação do dólar.