Esfera Pública: Guilherme Boulos promete plebiscitos e participação popular caso se eleja presidente

Foto: Arquivo/Rádio Guaíba

O pré-candidato à Presidência pelo PSol, Guilherme Boulos, falou, durante a tarde, para o programa Esfera Pública. O socialista defendeu a ruptura com o sistema político atual e a maior participação popular na administração do país, e criticou a estrutura administrativa e as concessões feitas durante os anos de governo petista aos partidos de direita.
Questionado sobre ser o candidato mais jovem à presidência (apenas 35 anos, idade mínima necessária para concorrer ao cargo), ele disse que “se idade fosse sinônimo de eficiência, Michel Temer seria o melhor presidente do Brasil.
Boulos afirmou que pretende implementar plebiscitos e referendos para ouvir a população durante os quatro anos de governo, e não apenas durante o processo eleitoral de outubro.
“O povo precisa ser ouvido, não pode simplesmente aceitar se eleger um candidato que muda o plano de governo no meio do caminho”, pontuou, ao garantir que a primeira medida de um eventual mandato vai ser um plebiscito, já em 1º de janeiro de 2019, para ouvir a população sobre as reformas promovidas pelo governo Temer.
Boulos também falou sobre a onda de intolerância e ódio que vem tomando conta do país, e reforçou a necessidade de se encontrar os assassinos da vereadora Marielle Franco, morta no mês passado no Rio de Janeiro. Ele mostrou preocupação com o que chamou de “assanhamento” dos militares pelo poder e com a prisão “sem provas” do ex-presidente Lula. “Nós precisamos construir uma unidade democrática, que vá além do debate eleitoral, para que não se perca o apoio da sociedade civil, de figuras representativas que podem ser afastadas quando se foca só na corrida eleitoral”, afirmou Boulos.
Além disso, criticou as “falsas unidades” entre partidos políticos, e não negou diferenças com o PT, por exemplo. A questão veio à tona após Boulos e Manuela D’Ávila (pré-candidata à presidência pelo PC do B) dividirem espaços públicos com o ex-presidente Lula antes da prisão do petista. O socialista não negou divergências com Lula, mas reafirmou que a manutenção do Estado democrático de direito é o foco principal neste momento.
“A esquerda foi construindo suas trajetórias, o PT teve erros e acertos, melhorou a condição de vida dos mais pobres, mas não enfrentou privilégios estruturais da sociedade”, prosseguiu o pré-candidato. Ainda pontou que os petistas erraram ao não pautar questões como a reforma política ou tributária, questões que serão prioritárias em um eventual governo do PSol. “Nós temos um dos sistemas tributários mais injustos do mundo, temos que fazer com que o rico comece a pagar imposto no Brasil”, disse.
Durante o dia, o pré-candidato teve agendas na Assembleia Legislativa gaúcha e participou de uma aula pública na Ufrgs. Neste sábado, Guilherme Boulos também cumpre agenda em Alvorada e Porto Alegre.