
Após quase 10 horas de bloqueio, a Justiça Federal de Pelotas determinou que a Via Campesina retire manifestantes que interromperam hoje a BR-392, em Pelotas, na Metade Sul. O grupo, que vai cumprir a ordem, fazia protesto em busca de solução para os efeitos da estiagem, além de defender a continuidade do Programa Camponês, a Reforma Agrária e a democracia, com a realização de eleições diretas em 2018. A solicitação de liberação partiu da concessionária Ecosul, que administra o trecho.
A Via Campesina iniciou o bloqueio às 7h de hoje, na altura do km 62. A ação é parte de uma série de mobilizações que ocorrem desde ontem para cobrar do governo estadual uma solução para minimizar os prejuízos com a falta de chuva, que atinge 42 municípios da Metade Sul.
O bloqueio começou antes da Ponte Léo Guedes, que fica sobre o Canal São Gonçalo e que liga os municípios de Pelotas e Rio Grande. Conforme a Via Campesina, mais de 2 mil pessoas participaram do protesto. Para o MST, a iniciativa integra a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Manifestações
As mobilizações na região Sul do estado começaram na manhã dessa terça, com uma marcha que saiu do Trevo do Atacadão do Povão, localizado na ERS 256, em Canguçu. A caminhada passou pelas principais ruas da cidade e se encerrou na BR 392, na altura do km 117. Lá, os trabalhadores almoçaram à beira da rodovia e a mantiveram bloqueada até às 15h40min. O objetivo era pressionar o governo gaúcho a se reunir com representantes dos camponeses para tratar das reivindicações.
Uma audiência com esse propósito ocorreu, no início da tarde de hoje, na Casa Civil. Após o início do encontro, cerca de 500 trabalhadores ligados à Via Campesina desocuparam o pátio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, localizada no bairro Menino Deus, em Porto Alegre.