Esfera Pública: "se for concorrer, não vou deixar o governo", garante Sartori

O governador José Ivo Sartori confirmou, nesta terça-feira, em entrevista para o programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, que não vai deixar o Piratini caso concorra à reeleição pelo MDB. A colocação veio em resposta à notícia de que o chefe do Executivo gaúcho tinha saída do governo prevista para julho a fim de concorrer novamente ao pleito de outubro. “Eu falo por mim, ninguém vai dizer coisas que eu não disse. Ainda não há nada confirmado, mas se eu for (concorrer à reeleição), não vou deixar de governar”, asseverou Sartori.
Questionado sobre uma eventual dificuldade de se manter no cargo e disputar as eleições, Sartori disse que já agiu dessa forma quando prefeito e deputado, e que não vê problema em repetir a ação. Mesmo negando a confirmação de que o MDB vai sustentar o nome dele para o pleito de 2018, o governador deixou escapar que “dificilmente” escapa do pleito. Ao ser confrontado pela informação de que o Rio Grande do Sul nunca reelegeu um governador, Sartori ponderou que “é preciso eleger um projeto, e não uma pessoa” – fazendo alusão à atual gestão, que vem dando resultado satisfatórios, de acordo com ele.
Sartori também falou sobre a extinção das fundações, aprovada pelo Legislativo e suspensa pelo Tribunal de Contas (TCE). O governador disse acreditar que não seja papel da Corte se envolver nessa questão, em referência à medida cautelar concedida pelo conselheiro Cezar Miola e que determina a comprovação por parte do Piratini de que há um plano para manter os serviços públicos prestados pelas fundações. Sartori disse que as extinções foram muito bem pensadas e avaliadas por técnicos, e que nenhum serviço deixou de ser prestado.
Sobre a situação financeira do Rio Grande do Sul, o governador disse esperar que “os próximos governos não precisem passar pelo constrangimento que vem passando” (sobre o parcelamento dos salários do funcionalismo) e que o déficit das contas, ao fim da gestão, caiu da previsão de R$ 25 bilhões para cerca de R$ 7 bilhões. “Se concretizarmos a venda das ações do Banrisul, deixaremos cerca de R$ 6,8 bilhões”, afirmou o governador, que espera encerrar a questão da venda até julho ou agosto. Sobre os salários, “nunca deixaram de ser pagos até por volta do nono dia útil de cada mês”, e foram integralizados “a cada período de 30 dias”, lembrou, fazendo comparação com a iniciativa privada, que paga os funcionários até o quinto dia.
Sobre o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), Sartori disse que a queda na taxa de juros “já é muito importante”. Atualmente, uma decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Melo suspendeu o pagamento das parcelas dessa dívida por parte do Estado. “Não temos medo de que isso possa mudar agora”, disse, questionado sobre um eventual julgamento no pleno do Supremo. Sartori frisou que só a redução de 6% para 4% ao ano vai reduzir a dívida em cerca de R$ 22 bilhões no somatório final, segundo projeção do Piratini.
Por fim, disse que “não quer mais continuar vivendo assim”, em referência à base enxuta do governo na Assembleia Legislativa. Sartori apontou que também é responsabilidade do Parlamento aprovar os projetos necessários à manutenção e à saúde do Rio Grande do Sul. Como exemplo, mencionou a reunião que vai ter com o Legislativo, ainda esta semana, para tentar viabilizar o plebiscito sobre a extinção da CRM, CEEE e Sulgás, juntamente com o pleito de 7 de outubro.
Sobre as eleições em nível nacional, Sartori evitou declarar apoio aos pré-candidatos do MDB ao Planalto: o presidente Michel Temer e o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Já o secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, que também participou do programa, cogitou a possibilidade de que Sartori possa apoiar a candidatura do eventual candidato do PSB, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa.
Ouça, na íntegra, a participação de Sartori e de secretários estaduais no Esfera Pública desta terça: