A um dia da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode rever a prisão após segunda instância, o juiz federal da Lava Jato em Curitiba, Sérgio Moro, foi ovacionado por uma plateia de cerca de duas mil pessoas em uma segunda palestra pública, na tarde desta terça-feira, no 31º Fórum da Liberdade 2018, em Porto Alegre. O evento ocorreu entre ontem e hoje na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Na fala da tarde, Moro lembrou as raízes da corrupção, que para ele estão no loteamento de cargos políticos em repartições. “É necessário ter reformas mais amplas para diminuir incentivos à corrupção. Isso que chamamos de loteamento político de cargos públicos se encontra na raiz dos problemas da Petrobras”, disse. O juiz federal ainda alertou os grupos que defendem a intervenção militar, dizendo que a solução para a corrupção é o aprofundamento da democracia.
Durante a palestra, um grupo de estudantes e militantes de esquerda tentou entrar no local do evento para protestar contra Moro e defender a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do lado de fora, manifestantes se reuniam contra participação do juiz federal em um painel do Fórum, na universidade.
Conforme o presidente do PR de Porto Alegre, Rodrigo Dilelio, o intuito era lutar pela liberdade do petista, que se entregou à Polícia Federal no último sábado. O manifesto ocorreu de forma pacífica e não atrapalhou o trânsito na avenida Ipiranga, em frente ao pórtico do acesso principal da universidade. O grupo gritou frases como “Fora Moro” e “Lula Livre”, e pediu a prisão do senador Aécio Neves (PSDB). Faixas foram colocadas em uma passarela e em prédios próximos.
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