Ordem de prisão de Lula surpreende Planalto

A notícia da decretação da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu o Palácio do Planalto pela velocidade com que aconteceu. Auxiliares do presidente Michel Temer afirmaram, em declarações para o jornal O Estado de S.Paulo, que o momento pede “serenidade” e que é preciso avaliar o impacto da prisão do ex-presidente tanto na situação atual do País – que passa por uma admitida crise institucional – como no cenário eleitoral.
Oficialmente, o Planalto informou que não vai comentar o caso. Interlocutores admitem que ter um ex-presidente da República preso, além de inédito, é uma situação grave para o País institucionalmente e justamente por isso é preciso aguardar o desenrolar dos fatos com serenidade.
No momento da notícia de que o juiz Sérgio Moro havia decretado a execução da pena e dado um prazo até esta sexta, às 17h, para Lula se entregar, Temer se reunia com auxiliares, entre eles, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Uma explicação para o motivo da cautela nas declarações de aliados de Temer é que o governo sabe que a decisão contra o petista pode futuramente influenciar a situação de outros políticos, incluindo “caciques” do MDB.
Segurança
A maior preocupação, no momento, conforme os interlocutores ouvidos pelo Estadão, é com a segurança, já que aliados de Lula já iniciaram manifestações pelo País. Segundo uma fonte ouvida sob a condição de anonimato, o “humor” da campanha preocupa e não há como oferecer “garantia absoluta” de segurança a Temer.
Até agora, Temer não pensa em cancelar nenhuma das agendas programadas para os próximos dias, incluindo a viagem para Salvador hoje à noite, mesmo sabendo que a capital baiana é um importante reduto petista.
Temer vai à cidade para participar da cerimônia de posse da diretoria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e das comemorações dos 70 anos da entidade. No sábado, deve ir a Foz do Iguaçu para o Simpósio nacional de Varejo e Shopping.