A Polícia Civil abriu um inquérito policial para investigar o ataque à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa terça-feira. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Paraná, duas equipes do Centro de Operações Policiais Especiais foram enviadas à cidade de Laranjeiras do Sul para as investigações.
Dois ônibus foram atingidos com pelo menos três tiros quando a caravana fazia o trajeto entre as cidades de Quedas do Iguaçú e Laranjeiras do Sul. O ex-presidente Lula não vinha em nenhum dos coletivos, e ninguém ficou ferido.
De acordo com a SSP, o Instituto de Criminalística do estado finaliza o trabalho de perícia. A previsão é que o laudo fique pronto nos próximos dias. O órgão informou que a Polícia Militar estadual “reforçou o policiamento em todos os locais indicados pelos representantes da caravana”, onde serão feitas manifestações com a presença do ex-presidente”.
A assessoria da caravana encaminhou à Agência Brasil um ofício enviado à Secretaria de Segurança Pública no dia 14 de março no qual solicita “apoio de medidas que possam garantir a segurança e a tranquilidade desses eventos”, com o roteiro em anexo ao documento.
Pelo Twitter, o ex-presidente reclamou do estado do Paraná não ter fornecido escolta policial aos ônibus da caravana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, não houve solicitação nesse sentido.
Nessa terça, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou em conversa com a imprensa que está em contato com a Polícia Rodoviária Federal. “Não podemos admitir confrontos. Isso é absolutamente antidemocrático e é preciso ter respeito. Tem que se identificar os responsáveis pois isso não pode se permitir dentro do regime democrático”, disse.
Em entrevista hoje, o presidente Michel Temer disse que esse tipo de atitude é “uma pena” e cria um “clima de instabilidade no país”. “É uma pena que tenha acontecido isso porque vai criando um clima de instabilidade no país, de falta de pacificação que e indispensável no presente momento”, disse.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), condenou a violência. “É gravíssimo o que aconteceu ao ex-presidente Lula, não apenas o ataque a tiros contra o ônibus, que foi o ponto final de alguns dias de absurdos, uma tentativa de inviabilizar a mobilização do ex-presidente”.
Encerramento de caravana prevê ato pluripartidário
De acordo com a assessoria de Lula, a caravana pelo estados do Sul termina, hoje, com um Ato Suprapartidário Contra a Violência e Pela Democracia, às 17h, na Praça Santos Andrade, em Curitiba.
Foram confirmadas as presenças da candidata à presidência pelo PCdoB, Manuela Dávila, do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, dos senadores Roberto Requião (MDB) e João Capiberibe (PSB), parlamentares e dirigentes do PT. PSB, PSol, PCdoB e PDT, da Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, CUT, MST, movimentos sociais e outras personalidades.
Ontem, além de Manuela e Boulos, os pré-candidatos Geraldo Alckmin (PSDB0, Henrique Meirelles (PSD, futuro MDB) e Marina Silva (Rede) condenaram o ataque à caravana de Lula. Na noite de ontem, o tucano havia adotado tom menos conciliatório, dizendo que o petista vinha “colhendo o que plantou”.
Também hoje, o pré-candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, visita o Paraná. O policiamento teve de ser reforçado para evitar conflitos entre as duas frentes. Da mesma forma, Movimento Brasil Livre (MBL) prepara um protesto contra Lula em Curitiba.