Pacientes de clínica suspeita de aplicar vacinas falsas em NH não foram imunizados, revela laudo

A Polícia Civil recebeu, nesta quarta-feira, os resultados dos exames realizados em três pessoas submetidas a vacinação contra febre amarela na Clínica Vacix, em Novo Hamburgo, fechada em fevereiro por suspeita de aplicar doses falsas da imunização nos clientes. Conforme os laudos, os três resultados deram negativo para a presença de anticorpos para febre amarela, endossando a suspeita de que a clínica fraudou as doses. A proprietária do local chegou a ser presa em 14 de fevereiro, mas liberada dias depois.
Ela responde por crime contra a saúde pública, contra as relações de consumo e estelionato. Ela ainda é suspeita de auferir vantagem econômica vendendo vacinas que efetivamente não possuía no estoque da clínica, enganando as vítimas no momento da aplicação do produto. De acordo com a investigação, a pele das vítimas era perfurada mas, com a seringa vazia, o êmbolo não era pressionado no momento da aplicação.  Uma das funcionárias, que denunciou a proprietária, afirmou que a clínica lucrou 212,5% a mais com a fraude. Pelas vacinas, eram cobrados valores entre R$ 300 e R$ 600.
Quando a polícia executou o mandado de prisão, encontrou na clínica alguns frascos de vacina abertos em um freezer, com lacre violado e sem conteúdo. A investigação concluiu que eram esses os frascos usados durante a farsa. Na casa da proprietária também foram localizadas vacinas vazias na geladeira da cozinha.
Existe, ainda, a suspeita de que a proprietária da clínica tinha como prática usar a mesma agulha em pacientes diferentes, inclusive crianças e adolescentes. A juíza Angela Roberta Paps Dumerque, da 2ª Vara Criminal de Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, concedeu prisão domiciliar à suspeita dois dias após a prisão.