Supremo manda reforçar segurança de Fachin depois de ministro relatar ameaças

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou hoje que reforçou a segurança do ministro Edson Fachin e dos parentes dele. A manifestação foi motivada por uma entrevista concedida por Fachin ao canal GloboNews, em que o ministro disse que a família vem recebendo ameaças. Ele, porém, não citou de quais tipos e como ocorreram. Segundo Fachin, foram solicitadas providências à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
De acordo com nota divulgada à imprensa pela presidência do STF, antes da entrevista do ministro, Cármen Lúcia já tinha tomado providências em relação às preocupações de Fachin, como o envio de duas delegadas da Polícia Federal (PF) para Curitiba, cidade de origem do ministro, para avaliar o esquema de segurança.
“Uma das preocupações que tenho não é só com julgamento, mas também com segurança de membros de minha família. Tenho tratado desse tema e de ameaças que têm sido dirigidas a membros da minha família. ”, disse Fachin na entrevista.
O ministro é relator dos processos oriundos da Operação Lava Jato na Corte, entre outras ações. Também é relator do habeas corpus por meio do qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu suspender a prisão dele após o fim dos recursos na segunda instância no processo do triplex de Guarujá (SP). A decisão vale até o dia 4 de abril, quando o tribunal retoma o julgamento da questão.
OAB se manifesta
“O depoimento do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, sobre as ameaças contra sua família é extremamente grave e deve ser tratado com a máxima seriedade”, disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, ao comentar o caso, na noite de hoje.
“Esse tipo de ataque não pretende atingir apenas o Supremo Tribunal Federal, mas todo o sistema de Justiça e o Estado Democrático de Direito em si. A apuração do caso deve ser prioritária e os responsáveis devem ser punidos de forma exemplar, de acordo com o rigor da lei”, defendeu.
O dirigente disse que a OAB vai acompanhar o caso com atenção. “Recentemente, tivemos o assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, e até agora esse fato não foi esclarecido. Cobramos respostas. Os avanços que o Brasil teve no combate ao crime devem ser preservados”, finalizou.