O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, projetou hoje, ao participar da reunião almoço Tá na Mesa, promovido pela Federasul, que o Brasil vai deixar de ter um crescimento de ‘voo de pato’ para voar como águia’. Ele também confirmou que define, na próxima semana, se vai ou não ser candidato à Presidência da República em 2018.
O ministro começou a palestra falando da recuperação da economia brasileira. Ele reiterou que o PIB nacional retraiu 3,5% em 2016, mas cresceu 1% em 2017. Apesar de esse ser um número ainda baixo, Meirelles avaliou que o crescimento da economia brasileira é vigoroso, mas ainda não transparece devido à profunda recessão que o País viveu nos últimos anos.
O ministro disse que o Brasil vai ter que “aprender de novo” se políticas do passado, que deram errado, voltarem. Com a continuidade das políticas, previu que o crescimento dos próximos anos seja superior aos 3% previstos para 2018. Meirelles afirmou que o aumento dos investimentos e do consumo das famílias é forte e ele previu 2,5 milhões de novos empregos em 2018, Ele também ressaltou a queda histórica da inflação.
Durante a palestra a empresários gaúchos, o ministro falou das reformas promovidas pelo governo federal para recuperar a economia. Entre vários pontos, ele citou a simplificação tributária e a reforma do PIS/Cofins, a desestatização da Eletrobrás e a redução da desoneração da folha de pagamento. Sobre a reforma trabalhista, Meirelles disse que ela é uma das mais importantes mudanças promovidas pelo governo e que vai ajudar na geração de empregos. Ele citou como exemplo a Alemanha que, após fazer a reforma das leis trabalhistas, em 2003, reduziu as taxas de desemprego.
Eleições
Logo após a palestra, Meirelles respondeu, ao ser questionado pelos empresários sobre se vai ou não disputar a Presidência da República, que toma a decisão final na próxima semana. “A minha decisão final sobre esse assunto será tomada na próxima semana. Estou conversando com o presidente [Michel Temer] a esse respeito e também com presidentes de partidos e de lideranças. Mandei fazer pesquisas qualitativas para avaliar o que os brasileiros estão esperando e devo receber as respostas dessas pesquisas amanhã. E tudo isso vai ser levado em conta porque eu sou uma pessoa que levo qualquer decisão muito a sério e não tomo decisões por impulso e sem avaliar com seriedade, porque é isso que o povo brasileiro está esperando”, avaliou Meirelles.
De acordo com informações veiculadas hoje pela imprensa nacional, Meirelles confirmou a interlocutores que pretende se filiar ao MDB e deixar a Fazenda dentro do prazo exigido em lei para descompatibilização – 6 de abril – para políticos que queiram disputar as eleições.
Ministro evita polemizar
Em tom de campanha, a presidente da Federasul (entidade que congrega várias representações empresariais do Rio Grande do Sul), Simone Leite, afirmou que os protestos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula em Bagé mostraram “reação” da sociedade. Ela elogiou o governador José Ivo Sartori e disse que o Estado sofreu muito os efeitos da má gestão política e do “populismo irresponsável num passado recente”.
Meirelles, na palestra, preferiu tratar apenas de temas econômicos e evitou assuntos políticos diretamente, apesar de ter criticado as políticas econômicas do governo do PT.