Bala perdida que matou gaúcho no Uruguai partiu de arma de policial, revela perícia

A bala perdida que atingiu o turista gaúcho Julio César de Medeiros, de 53 anos, morto no domingo, em Montevidéu, no Uruguai, partiu da arma de uma policial, de acordo com o laudo da perícia uruguaia. As investigações foram comandadas pelo promotor Juan Gómez, que acusou a policial, de 46 anos, que não teve nome divulgado, de homicídio doloso. De acordo com ele, o resultado da ação era previsível. As informações foram publicadas pelo jornal El País.
A policial vai responder em liberdade, podendo realizar tarefas administrativas dentro da polícia. Ela, porém, teve a arma apreendida como medida de precaução. Segundo o El País, o promotor concordou em não solicitar a prisão da funcionária por razões humanitárias, já que, de acordo com o advogado de defesa, Víctor Della Valle, “três filhos e quatro netos dependem inteiramente dela”.
Della Valle argumentou ainda que a policial não era devidamente preparada para estar “na linha de frente” de um confronto. “Ela é uma mulher com muito peso, com certa idade e problemas cardíacos”, disse o advogado ao El País. Ele contou ainda que a agente teve um pico de pressão alta após o episódio.
De acordo com Della Valle, a policial tinha a intenção de atirar nas pernas do assaltante que subia uma grade no prédio onde o gaúcho havia se hospedado. A bala acabou entrando pela janela de um apartamento do segundo andar, atingindo Medeiros.
O brasileiro chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu. Ele morreu na noite de domingo. O retorno do turista e da esposa a Canoas era previsto para o dia seguinte. O corpo de Medeiros ainda está no Uruguai e deve chegar ao Brasil até esta sexta. Ainda não há informações sobre o velório.