O governo federal não deve ser o único responsável pelo investimento de R$ 3,1 bilhões, necessários para a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. O governo estadual também vai precisar fazer aporte de recursos, segundo informou hoje o coronel Roberto Itamar. Ele é o porta-voz do gabinete de intervenção.
A soma de R$ 3,1 bilhões foi apresentada ontem pelo interventor federal, general Walter Braga Netto. “Mas uma parte desses recursos está relacionado com o orçamento do estado do Rio de Janeiro”, explicou Roberto Itamar após cerimônia onde a empresa Taurus e a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) doaram 100 fuzis e 100 mil munições às forças da intervenção.
De acordo com o coronel, a conta envolve R$ 1,6 bilhão de dívidas passadas, sendo que cerca de R$ 1 bilhão desse passivo é referente a salários e verbas trabalhistas atrasadas na área de segurança pública. “Somente o estado do Rio de Janeiro pode se responsabilizar por esse pagamento de pessoal. Para os outros R$ 600 milhões, pode haver aporte de recursos federais, mas isso ainda é uma conta que está sendo feita entre o governo do estado e representantes do gabinete de intervenção”.
Além do passivo de R$ 1,6 bilhão, a intervenção prevê aporte de R$ 1,5 bilhão em investimentos e custeios para o futuro. Esse valor deve recair sobre a responsabilidade do governo federal. Hoje, a presidência da República assegurou a liberação de R$ 1 bilhão.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aventou ontem a possibilidade de obter mais recursos para a intervenção com a reoneração da folha de pagamento do setor empresarial. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a verba pode vir de projetos já em debate na Câmara e com uma medida provisória do Executivo que aloca recursos para a área de segurança.