Diagnóstico mostra BR-386 como principal gargalo do transporte gaúcho

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Conhecida como Estrada da Produção e responsável pelo escoamento de parte da safra gaúcha, a BR-386 é apontada como o principal gargalo logístico do setor de transporte do Rio Grande do Sul. O engenheiro Luiz Afonso Senna detalhou hoje o diagnóstico durante lançamento do Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt-RS), em cerimônia no Palácio Piratini. De acordo com ele, a principal matriz de transporte gaúcha está atrelada às rodovias, representando 88% do total, contra 6% em ferrovias, 3% em hidrovias e mais 3% entre dutovias e o transporte aéreo.
O estudo começou a ser elaborado em 2014 e traçou um raio-X das deficiências no sistema de transporte de cargas gaúcho, apontando soluções para o desenvolvimento logístico nos próximos 25 anos. Até 2039, o programa sugere a viabilização de R$ 36,8 bilhões para tornar sustentáveis as malhas ferroviária, rodoviária, hidroviária e aeroviária.
Sem recursos em caixa, o governador José Ivo Sartori (MDB) reafirmou as parcerias público-privadas (PPP) realizadas durante o mandato em diferentes segmentos de infraestrutura como alternativa para fomentar o sistema de transportes. “Não existe PPP por parte do Estado porque não temos recursos. Mas o Plano investigou todas as deficiências do transporte de cargas do RS para solucionar estes impasses. Muitas vezes, as pessoas querem obras. Mas planejamento é fundamental e pode atrair investimentos” frisou.
Como prioridade, Sartori elencou as obras de duplicação da ERS-118 como principal meta para setor de transportes. Mais de 70% do cronograma está concluído. Os serviços abrangem 21,5 quilômetros do entroncamento com a BR-116, em Sapucaia do Sul, até o entroncamento com a BR-290 (Free Way), em Gravataí.
Responsável pelo comando da Pasta de Transportes, o secretário Pedro Westphalen (PP) considera que o resultado do planejamento pode trazer investimentos futuros para o Rio Grande do Sul. “É um projeto estadual que detectou os gargalos e as dificuldades de transporte para que, através de dados cruzados, determine as ações que devem ser feitas nos modais para os próximos 25 anos, e para que o Estado seja capacitador, indutor e se torne atrativo para novos investimentos”, destacou.
Com o desembarque do PP do governo Sartori, Westphalen vai deixar o primeiro escalão para disputar uma vaga na Câmara Federal. Mesmo com a saída do PP, marcada para esta quinta, o Executivo ainda não definiu o sucessor a Pasta dos Transportes.