Com a abertura dos primeiros 30 leitos – inicialmente previstos para novembro de 2017 – reprogramada para “antes do inverno” de 2018, o Hospital Santa Ana, em Porto Alegre, deve ter as obras concluídas apenas no segundo semestre do ano.
Localizado junto ao Hospital Espírita, no bairro Teresópolis, zona sul da Capital, o prédio, construído em 1939, tornou a fase de demolições mais demorada devido ao reforço necessário na estrutura. Ao todo, a instituição vai oferecer 204 leitos, 56 deles voltados a atender a saúde mental.
Em visitação às obras na manhã desta sexta, o prefeito Nelson Marchezan Júnior avaliou positivamente o andamento. “Para nós, do ponto de vista de gestão da saúde, vai ser um grande avanço”, disse o chefe do Executivo.
Também presente, o secretário municipal de Saúde Erno Harzheim, chegou a dizer que, quando pronto, o hospital vai “resolver o problema de Porto Alegre”.
De acordo com ele, por se tratar de um hospital de retaguarda, o Santa Ana pode liberar leitos de instituições de alta complexidades para que pacientes finalizem a recuperação. “É uma operação que acerta o fluxo de pacientes dentro da cidade”, definiu Harzheim, ao dizer que a meta é reduzir o tempo de internação.
Por isso, mesmo que, segundo dados do Simers referentes a 2017, a Capital tenha perdido 323 leitos em cinco anos, a Secretaria entende que o deficit pode ser suprido.
O superintendente executivo da Associação Educadora São Carlos (AESC), Eduardo Blanski, disse que a ideia é entregar o prédio pronto, ativando os leitos conforme a demanda. Segundo ele, a abertura depende dos térreos, os últimos locais a serem mexidos na reestruturação. O novo hospital é composto por dois prédios, um deles, menor, que deve receber 30 dos leitos de saúde mental e duas unidades de reabilitação, e um outro de quatro andares. “Por ser uma estrutura antiga, a gente se deparou com uma situação inesperada”, comentou Blanski sobre o andamento da reforma.
Em 4 mil metros quadrados, o Santa Ana não vai ser um hospital de portas abertas ao público. Isso quer dizer que todos os leitos que forem utilizados serão referentes a encaminhamentos de outros locais, via sistema de saúde. Com isso, espera-se desafogar os pronto-atendimentos e as emergências de Porto Alegre.
O projeto inicial também teve alterações. Em vez de 30 leitos de saúde mental, agora a previsão é de 56. Além disso, foram anunciados inicialmente 75 leitos de longa permanência, 20 de UTI, oito de isolamento, 16 clínicos e 59 de retaguarda. A divisão atual, porém, é de 55 leitos de longa permanência, 83 clínicos e dez de UTI.
O gasto do município é de R$ 2 milhões mensais para custeio. Ele, no entanto, é dividido com a Aesc, que investe sozinha cerca de R$ 40 milhões.