Em meio a diferentes denúncias que pesam sobre o Palácio do Planalto, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reconheceu que o governo Temer não tem apelo popular. A análise foi dada durante visita à Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no momento em que o presidente Michel Temer é cotado, por alas do PMDB, para ser candidato à reeleição presidencial, em outubro.
“Nós somos, notadamente, um governo que não é popular. Nós chegamos ao governo através de um instrumento constitucional que foi o impeachment produzido por vários motivos, que não vale a pena aqui dizer. Então, ao herdar este governo, nós não tivemos apoio popular e continuamos sem até hoje”, diz.
Contudo, o ministro destaca que a gestão Temer fez “história” ao conquistar resultados importantes para a economia, com impactos profundos para novas gerações.
“Eu posso dizer com toda tranquilidade: nenhum governo nos últimos 20 anos tem a determinação e está fazendo as mudanças que o presidente Michel Temer fez. Se não o fizemos mais, foi porque algumas coisas extra-governo acabaram atrapalhando e a gente não conseguiu fazer algumas reformas, como da Previdência e Tributária. É um governo que não tem reconhecimento, mas a história vai mostrar o quanto ele foi importante para as nossas vidas no futuro”, ressalta.
Carne Fraca terá novos episódios
Dentro da turbulência enfrentada, especialmente, pela pecuária nacional devido à nova fase da Operação Carne Fraca, Maggi adverte que o sistema de fiscalização sanitária será revisto com menos interferência possível de servidores. Diferente dos impactos negativos da ofensiva em 2017, o titular da pasta da Agricultura salienta que os reflexos da terceira fase da ação não resultaram em embargos aos produtos nacionais, porém, haverá novas fases da Carne Fraca. “Cada nova operação traz novos dados e informações que depois geram outras operações. Com certeza, teremos novas ações”, alerta.
Blairo Maggi permanecerá no Ministério da Agricultura
No fim de fevereiro, Blairo Maggi assegurou que ficará no comando do Ministério da Agricultura rechaçando qualquer possibilidade de concorrer à reeleição no Senado. Segundo o ministro, uma substituição no Mapa poderia trazer novas incertezas para um setor já impactado pela Operação Carne Fraca.
“Se eu saísse agora, logo teríamos um novo ministro e seria uma descontinuidade de tudo o que foi feito. Eu sou do setor e da área e sei o quanto isso incomoda e atrapalharia as coisas que nós estamos tentando fazer no Ministério como modernização do sistema de sanidade, fiscalização e legislação. Neste momento, perder isso seria um retrocesso e não seria um avanço para agropecuária brasileira”, diz.