Apenados do Presídio Central participam de atividade sobre violência doméstica

Apenados participam de atividade sobre violência doméstica | Foto: Carlos Machado/Rádio Guaíba

Apenados participam de atividade sobre violência doméstica | Foto: Carlos Machado/Rádio Guaíba
Apenados participam de atividade sobre violência doméstica | Foto: Carlos Machado/Rádio Guaíba

Vinte e quatro apenados do Presídio Central de Porto Alegre participaram, na manhã desta terça-feira, de uma dinâmica sobre violência doméstica. Eles estão presos por agressão contra mulheres e o objetivo da atividade é criar uma conscientização em relação aos atos praticados. A dinâmica foi promovida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul dentro dos pavilhões da cadeia e integra uma série de ações do TJ dentro da 10ª Semana da Justiça pela Paz em Casa e faz alusão à Semana da Mulher.
Segundo o juiz-corregedor do Tribunal, Alexandre Pacheco, atualmente, há cerca de 70 homens no Presídio Central por crimes relacionados à violência doméstica. Para Pacheco, como o apenado está privado de sua liberdade, é necessário que ele crie consciência para que enxergue a realidade de uma maneira diferente, entenda os atos praticados e modifique o comportamento.
“Vindo para uma atividade como esta que nós estamos propondo, o indivíduo consegue refletir e consegue conversar com profissionais da área da psicologia para tentar compreender o que tem por trás daquela sua atitude e o que ele precisa mudar. É problema do ciúme, da droga, da bebida alcoólica? O que leva ele a ter um comportamento de violência contra a mulher e que muitas vezes também atinge os próprios filhos. Eles que acabam crescendo num ambiente de violência, que adultos serão no futuro? Então, a gente traz alguns questionamentos a esses presos para que eles possam, realmente, refletir e que isso possa se refletir no comportamento deles quando saírem do Presídio Central”, explicou o juiz.
Segundo dados da Secretaria Estadual da Segurança Pública, no ano passado, foram registrados quase 38 mil casos de ameaça contra a mulher em todo o Rio Grande do Sul, sendo que 83 foram de feminicídio, que é a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino. Para o corregedor, a prisão tem um caráter pedagógico para esses homens que cometeram os crimes, mas o mais importante são as atividades que levem a uma efetiva reflexão e conscientização dos atos praticados.
“É uma semente que nós estamos plantando. Há necessidade de uma série de medidas para que nós mudemos essa cultura que é arraigada no país. Aqui são 24 presos que participam da atividade e nós temos a expectativa de que eles enxerguem os problemas e entendam as razões de estarem aqui e da necessidade de mudar o seu comportamento, porque hoje é inadmissível que em pleno século 21 a gente ainda tenha que conviver com a violência doméstica. Então, nós temos que plantar as sementes aos pouquinhos para colher os resultados”, concluiu o magistrado.
A programação da Semana da Justiça pela Paz em Casa inclui atividades ao longo da semana. No próximo domingo (11), a campanha fará uma ação no Estádio Beira Rio, em Porto Alegre, quando acontecerá a última partida da primeira fase do Campeonato Gaúcho, entre Internacional e Grêmio.