Após nova etapa da Carne Fraca, ministério da Agricultura nega risco à saúde

Deflagrada nesta segunda-feira, a Operação Trapaça relacionada à fraude na emissão de resultados de análises laboratoriais em relação a presença da bactéria salmonella resultou em prisões e mandados de condução coercitiva em empresas nos Estados do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de Goiás e de São Paulo.
Segundo o coordenador-geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura (Mapa), Alexandre Campos da Silva, neste caso da operação, o risco à saúde pública não está “devidamente configurado”, pois a salmonella, por si só, não caracteriza risco à saúde pública, pois depende da forma do consumo.
Em nota, o ministério explicou que dentre as mais de duas mil variedades de salmonella, existem duas de preocupação para a saúde animal e duas de saúde pública. Por isso, as empresas devem adotar medidas específicas dentro das granjas e nos produtos positivos para a bactéria, para reduzir os riscos ao consumidor.
De acordo com o ministério, a presença da bactéria é comum, principalmente em aves, pois faz parte da flora intestinal destes animais. No entanto, quando utilizados os procedimentos adequados de preparo e de consumo, minimizam-se os riscos, uma vez que ela é destruída em altas temperaturas.

O Mapa informou ainda que a fiscalização do ministério já havia identificado irregularidades nos procedimentos de certificação sanitária em algumas unidades frigoríficas. Por isso, as unidades foram proibidas de exportar a países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação da salmonella.

 
Salmonella
 
O alvo principal desta operação é a fraude nos resultados de análises laboratoriais relacionados ao grupo de bactérias Salmonella spp. A presença da bactéria salmonela é comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal desses animais. No entanto, quando utilizados os procedimentos adequados de preparo minimizam os riscos no consumo da salmonella, uma vez que a bactéria é destruída em altas temperaturas, como frituras e cozimento.
Operação Trapaça
De acordo com a Polícia Federal, as investigações apontaram que três laboratórios credenciados ao Mapa e dois de controle da empresa fraudavam os resultados de exames das amostras. A prática das fraudes contava com a anuência de executivos da BRF, bem como de seu corpo técnico, além de profissionais responsáveis pelo controle de qualidade dos produtos da própria empresa.
Também foram constatadas manobras extrajudiciais, operadas pelos executivos do grupo, para acobertar as práticas ilegais durante as investigações.
Estão sendo cumpridas 91 ordens judiciais no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. São 11 mandados de prisão temporária, 27 de condução coercitiva e 53 de busca e apreensão. Os investigados poderão responder, dentre outros, pelos crimes de falsidade documental, estelionato qualificado e formação de quadrilha, além de crimes contra a saúde pública.