Em breve pronunciamento à imprensa neste sábado em Belo Horizonte, os médicos Gerard Saillant, do Paris Saint-Germain, e Rodrigo Lasmar, da seleção brasileira, defenderam a versão de que não há discordância entre o clube francês e a CBF nas decisões envolvendo a recuperação de Neymar. O atacante brasileiro passou neste sábado por cirurgia em razão de uma fratura no quinto metatarso do pé direito. As informações são da Agência Estado (AE).
“Não houve qualquer desentendimento entre Neymar, PSG e seleção nas decisões sobre a recuperação de Neymar”, afirmou Saillant. Lasmar também detalhou como foi a operação de Neymar e revelou que foi realizado um enxerto ósseo com a intenção de acelerar o processo de recuperação. O atacante deverá receber alta hospitalar neste domingo da unidade após colocar um enxerto ósseo.
Assim que Neymar deixar o hospital, ele iniciará a recuperação com o fisioterapeuta Rafael Martini. Ele faz parte do seu estafe desde a época do Santos, mas também compõe as comissões do PSG e da seleção brasileira. E Lasmar fez questão de ressaltar isso, para mostrar a integração entre eles. “A fisioterapia começará imediatamente com Rafael Martini, que também é do PSG e da seleção. E isso mostra integração entre todas as partes. Acompanharemos todos os passos”, comentou Lasmar, que liderou e realizou a cirurgia do atacante.
Como já havia sido revelado em nota oficial divulgada por PSG e CBF, Neymar passará por nova avaliação em seis semanas para uma determinação mais precisa sobre quando ele poderá voltar a atuar – a previsão inicial de Lasmar, antes da operação, era de que o atacante poderia ficar até três meses sem operar. “Ainda não há uma determinação de prazo. Em seis semanas, ele fará exames de imagem para avaliar a resposta da evolução”, explicou.
Queda de braço
Apesar de os médicos negarem que exista discordância entre as partes, a cirurgia de Neymar expôs mais um capítulo da queda de braço entre o PSG e a CBF. Em uma ação de exibição de força e poder, o PSG adotou a postura de ser a única parte autorizada a falar sobre a cirurgia, de acordo com informações da assessoria de imprensa do hospital Mater Dei. Essa queda de braço se iniciou logo após Neymar se lesionar no último domingo, durante a vitória do PSG sobre o Olympique de Marselha.
O diagnóstico da sua contusão não foi preciso, com a primeira avaliação sendo de que o atacante havia sofrido apenas uma fissura no pé direito. Houve um impasse sobre se o tratamento seria conservador ou cirúrgico, a opção preferida por Neymar e que acabou sendo escolhida após a detecção de uma maior gravidade do problema. Isto ocorreu logo após o técnico do time, Unai Emery, afirmar que a informação da operação era falsa.
Já o pai de Neymar, após declarações irritadas sobre a situação do atacante, permaneceu na França, em contato direto com dirigentes de clube, onde vai assistir na terça-feira o jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões, contra o Real Madrid. Na quinta-feira, no desembarque no Rio para a cirurgia, Lasmar revelou que Neymar havia fraturado o quinto metatarso, o que o levou a aumentar a previsão do período de afastamento de Neymar dos gramados para até três meses, o que praticamente encerra a possibilidade do jogador voltar a defender o PSG nesta temporada.
Informações divergentes
Esse fim precoce do primeiro ano de Neymar no PSG, aliás, motivou a divulgação de informações divergentes sobre o tratamento a ser adotado com o jogador. O clube gostaria de aproveitar o brasileiro o quanto antes. Assim, encarava a possibilidade de operá-lo como última alternativa.
A postura de Neymar era oposta, pois a Copa do Mundo é, nesse momento, o caminho mais curto para torná-lo o melhor jogador do mundo, encerrando o domínio da premiação da Fifa da dupla Messi-Cristiano Ronaldo, iniciada em 2008. “Para uma fratura como essa, que muitas vezes vem silenciosa e acaba com um evento agudo, como aconteceu com o Neymar, não resta dúvida. A melhor e única indicação é o tratamento cirúrgico. Porque o tratamento conservador dá uma chance muito grande de uma refratura em um prazo muito curto. Não podemos correr esse risco”, justificou Lasmar.
O médico, porém, foi alvo de críticas da imprensa francesa nos últimos dias, com o diário esportivo L’Equipe publicando que há uma indisposição entre os médicos do PSG e Neymar. O clube parisiense manteria a versão de que o brasileiro teria apenas uma fissura.