Fechamento de unidade do BC na Capital afetará circulação de dinheiro

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Sindicato garante que medida resultará em diversas consequências negativas à sociedade gaúcha. | Foto: Reprodução
Sindicato garante que medida resultará em diversas consequências negativas à sociedade gaúcha. | Foto: Reprodução

A diretoria administrativa da sede do Banco Central em Porto Alegre confirmou que fechará o Departamento do Meio Circulante (Mecir) e, com isso, haverá um prejuízo na oferta de trocos e uma redução na circulação de dinheiro na Capital e em outros municípios do Rio Grande do Sul. Segundo o Sindicato dos Funcionários do Banco Central (Sinal) com a medida, a população e o pequeno comércio serão os principais prejudicados, pois sentirão de imediato as consequências.
Gustavo Diefenthaeler, presidente do Sindicato dos Funcionários do Banco Central afirma que este é o primeiro passo para o encerramento de todas as atividades da sede da autoridade monetária na Capital e acaba sendo um “desprestígio para a população e uma negligência à economia do Estado do Rio Grande do Sul”.
O Sindicato garante que, além de desencadear demissões em massa dos funcionários do BC em Porto Alegre e de terceirizados, como vigilantes e profissionais de manutenção, o fim do Mecir na Capital gaúcha precarizará a prestação de serviço à sociedade gaúcha. Gustavo diz que a medida resulta em diversas consequências negativas à sociedade gaúcha, entre elas escassez de troco, em especial moedas; deterioração da qualidade e quantidade de cédulas em circulação; encerramento da atividade de custódia de notas estrangeiras apreendidas por autoridades judiciais e policias na Fronteira do Rio Grande do Sul; fechamento dos cursos de capacitação de reconhecimento do dinheiro oferecido gratuitamente para comerciantes e término das atividades de monitoramento das falsificações de cédulas que ocorrem no Estado.
Quanto à possível falta de troco que afetará a circulação de dinheiro no Rio Grande do Sul, Gustavo garante que os dados demonstram que nas localidades onde há representação do Banco Central as demandas relacionadas à disponibilização de troco para a população são atendidas com maior qualidade e celeridade. “Por exemplo, o Rio Grande do Sul tem uma população que é o dobro da de Santa Catarina, porém, como possui representação do Mecir, somente em 2017 distribuiu dez vezes mais moedas metálicas que aquele estado. Na avaliação do Sindicato, melhor seria se o Banco Central abrisse mais sedes e não as fechasse”, completa.
Sindilojas acredita que comércio não sentirá os efeitos
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, afirmou que atualmente, grande parte do comércio busca o dinheiro necessário para os trocos em agências bancárias. “Caso o abastecimento de cédulas de menor valor para essas agências não seja impactado, possivelmente o comércio não sentirá os efeitos dessa decisão, que ainda está sendo analisada. Outro fator importante a ser considerado é o aumento das compras realizadas com cartão de crédito ou débito, tendência que esta cada vez mais consolidada, o que leva a uma diminuição da necessidade de dinheiro em papel moeda”.
Além disso, Kruse diz que “de qualquer forma, é importante observar se a diminuição na emissão de dinheiro afetará o abastecimento às agências bancárias, o que levaria a uma iminente escassez de cédulas de menor valor no comércio”.