Segovia é substituído por Rogério Galloro no comando da Polícia Federal

Segovia ficou pouco mais de três meses no cargo | Foto: Zeca Ribeiro / Agência Câmara / CP
Segovia ficou pouco mais de três meses no cargo | Foto: Zeca Ribeiro / Agência Câmara / CP

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, decidiu nesta terça-feira trocar o comando da Polícia Federal e demitiu o diretor-geral, Fernando Segovia. Jungmann indicou o atual secretário nacional de Segurança Pública, Rogério Galloro. Segovia permaneceu no cargo pouco mais de três meses.
Galloro era o número dois na hierarquia da Polícia Federal na gestão de Leandro Daiello, antecessor de Segovia. O nome dele foi sugerido ao presidente Michel Temer pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, para assumir o comando da PT. Temer preferiu, no entanto, Segovia.
Antes mesmo de sua posse como ministro da Segurança Pública, ocorrida no final da manhã desta terça-feira, Jungmann conversou sobre o assunto com Michel Temer. Na conversa, o ministro manifestou o desejo de fazer a troca no comando da PF e obteve a aprovação do presidente.
Desde o início do mês, quando concedeu uma entrevista a Agência Reuters afirmando que, no inquérito em que Temer e outros acusados são investigados pela PF, os “indícios são muito frágeis”, sugerindo que o inquérito “poderia até concluir que não houve crime”, Segovia vinha sofrendo críticas e sendo alvo de questionamentos.
Ontem, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso uma medida judicial para que Segovia se abstivesse de “qualquer ato de ingerência sobre a persecução penal em curso”.
Na semana passada, Fernando Segovia disse ao ministro Barroso, que conduz o inquérito sobre Temer no STF,  que não pretendeu “interferir, antecipar conclusões ou induzir o arquivamento” do inquérito sobre o presidente Michel Temer. Ao ministro, Segovia ressaltou que suas declarações foram “distorcidas e mal interpretadas”, que não teve intenção de ameaçar com sanções o delegado responsável pelo caso e também se comprometeu a não dar mais declarações sobre a investigação.