De uniforme novo e com a alma revigorada por conta do título na Recopa, o Grêmio inicia nesta terça-feira sua caminhada pelo tetracampeonato na Libertadores diante do Defensor. O jogo agendado para as 19h15min, no estádio Luís Franzini, marca também o começo de um enorme desafio para o Tricolor. Na corrida pelo título de 2018, o time gaúcho tentará quebrar um tabu que já dura desde 2001, último ano em que uma equipe conseguiu conquistar a América duas vezes de maneira consecutiva.
O time que conseguiu esta façanha foi o Boca Juniors. Em 2000, os argentinos foram campeões em cima do Palmeiras e no ano seguinte o feito foi repetido. Na ocasião, a vítima foi o Cruz Azul, do México. Entre os clubes brasileiros, o São Paulo alcançou o bicampeonato consecutivo nos anos 90 (1992 e 1993) e o Santos fez o mesmo ainda na década de 60 (1962 e 1963). O detalhe é que o Tricolor paulista bateu na trave recentemente, quando foi campeão da América em 2005, diante do Atlético-PR, mas amargou a segunda colocação porque foi derrotado pelo Inter em 2006. O Grêmio, portanto, joga contra os números e surge como o time a ser batido, muito por conta do bom futebol apresentado na caminhada do tricampeonato.
No máximo 12 mil pessoas acompanharão in loco a estreia do atual campeão da Libertadores na edição deste ano. O modestíssimo estádio Luis Franzini teve parte dos seus 18 mil lugares interditados. Na verdade, a diretoria do clube uruguaio nem espera mais do que 4 ou 5 mil torcedores no jogo.
Renato faz mistério sobre time
O Grêmio treinou nessa segunda-feira à tarde no CT do Nacional, em Los Céspedes, e no final da tarde cruzou a cidade de Montevidéu para fazer o reconhecimento do campo. Encontrou um estádio precário, acanhado e, de acordo com a imprensa brasileira no local, em condições piores que os da primeira divisão do Campeonato Gaúcho. “É Libertadores, faz parte. Vamos ter que passar por cima disso também”, comentou Alberto Guerra, que recém reassumiu o cargo de diretor de futebol, à Rádio Guaíba.
A delegação tricolor já sabe que não vai encontrar nenhum tipo de facilidade. “É uma escola parecida com a argentina. Jogar aqui é muito complicado, o ambiente é hostil. Estamos cientes disso, preparados. Libertadores é assim. Queremos fazer um grande jogo aqui”, diz o goleiro Marcelo Grohe. A experiência do título de 2017 deve pesar nesta hora a favor do time gremista. “Tivemos confrontos difíceis, contra grandes equipes. Jogamos contra dois argentinos, o Botafogo também foi muito duro, o Barcelona de Guayaquil era uma escola diferente”, enumera Grohe.
No treino, não foi possível confirmar a escalação. Como de costume, Renato Portaluppi fará mistério até o fim, e o time só será conhecido minutos antes do jogo. A grande dúvida é no lugar de quem entrará Ramiro, que deve voltar à equipe naturalmente, se Cícero ou Alisson. Jael e Hernane Brocador também podem aparecer, porém mais provável entrando ao longo do jogo. Arthur, que tinha retorno previsto para o fim de semana, não jogou e nem viajou ao Uruguai. Segue tratando a contusão no tornozelo.
Jantar e negociações
De parte do adversário, que colocou o preço dos ingressos de 80 a 100 dólares, o jogo provoca grande expectativa. “Para um clube como o Defensor, enfrentar o campeão da Libertadores e da Recopa é algo muito importante”, disse à Rádio Guaíba o presidente Daniel Jablonka.
Jablonka revelou ainda que usaria o jantar de ontem para retomar conversas com os dirigentes gremistas sobre o centroavante Gonzalo Carneiro, de quem o Grêmio havia desistido.
Libertadores 2018 – Grupo 1
Defensor
Reyes; Maulella, Nicolás Correa, Ernesto Goñi e Mathias Suárez; Cardacio, Benavidez, Ayrton Cougo e Pablo Lopez; Facundo Castro e Germán Rivero. Técnico: E. Acevedo.
Grêmio
Marcelo Grohe; Madson, Geromel, Kannemann e Cortez; Maicon, Jailson, Ramiro e Luan; Everton e Cícero (Alisson). Técnico: Renato Portaluppi.
Árbitro: Fernando Rapallini (ARG)
Local: estádio Luis Franzini
Horário: 19h15min.