Polícia do RS e MP investigam fraude em medicação para tratamento de câncer

Medicação deve ser entregue pelos pacientes na Secretaria Estadual da Saúde / Foto: Polícia Civil
Medicação deve ser entregue pelos pacientes na Secretaria Estadual da Saúde / Foto: Polícia Civil

Medicação deve ser entregue pelos pacientes na Secretaria Estadual da Saúde / Foto: Polícia Civil
Medicação deve ser entregue pelos pacientes na Secretaria Estadual da Saúde / Foto: Polícia Civil

A Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) emitiu um alerta, no final da tarde desta sexta-feira, sobre uma possível fraude envolvendo três lotes da medicação SUTENT 50mg do fabricante Pfizer. Os comprimidos são usados para o tratamento de câncer de estômago, intestino, rim e pâncreas. Foram identificadas alterações nos lotes 985EE, 986EE, 987EE. Porém, a proporção da possível fraude pode ser ainda maior. A Delegacia Especializada do Consumidor instaurou inquérito policial para apurar eventual crime contra as relações de consumo e contra a saúde pública.
Conforme o Secretário Estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, a rede de planos de saúde Unimed de Porto Alegre fez o registro junto ao Decon. Uma das pacientes percebeu que havia diferenças nos comprimidos e na embalagem, em relação aos que ela já havia utilizado anteriormente. Em uma análise superficial, foram identificada diferenças no produto, como na grafia impressa na caixa e no próprio comprimido. Além disso, a bula tinha qualidade inferior em relação às demais. Gabbardo explicou que o laboratório que distribui o SUTENT suspeita de que esse lote não tenha sido produzido pelo fabricante Pfizer.
Cada caixa de Sutent com 28 comprimidos custa cerca de R$ 20 mil. No entanto, o secretário alerta que o maior prejuízo diz respeito a saúde dos pacientes. “Se for um medicamento falsificado, que não tem a composição correta, o dano é que não vai fazer o efeito desejado. Uma pessoa que tem um tumor, que toma esse medicamento, tem a expectativa de que possa regredir o tumor, que possa melhorar, reduzir de tamanho. E esses resultados obviamente não vão acontecer”, disse.
Quem adquiriu os lotes da medicação através de planos de saúde, de forma particular ou pelo Sistema Único de Saúde, deve comparecer na Secretaria Estadual da Saúde, na Avenida Ipiranga, n°6113 – DAF – Divisão de Assistência Farmacêutica, das 8h às 17h, de segunda à sexta. Os pacientes devem entregar esses medicamentos, que serão encaminhados para perícia.
Ainda atuam na investigação o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Ministério Público Estadual.