A Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar, realizou neste domingo a Operação La Catedral, em Cruz Alta, no Noroeste do Estado. O objetivo da ação foi coibir ações de integrantes de grupos criminosos que disputam o controle no interior do Presídio Estadual de Cruz Alta, inclusive ameaçando agentes penitenciários. Até o momento, 15 pessoas foram presas.
Aproximadamente 100 policiais civis e 30 policiais militares cumpriram um total de 32 mandados de busca e apreensão em domicílios situados no bairro Progresso e arredores. A operação contou com a participação da Divisão de Apoio Aéreo, que empregou o helicóptero da instituição e a Susepe auxiliou no transporte dos presos para a Penitenciária Modulada de Ijuí. Foram apreendidos quatro revólveres, uma garrucha, uma espingarda, uma pistola 9 mm, munições, telefones celulares, um drone, uma adaga, um notebook, dois coldres e pequena quantidade de maconha.
Segundo a Policia Civil, no dia 13 de fevereiro ocorreu um tumulto no Presídio Estadual de Cruz Alta, onde dois grupos se enfrentaram, em disputa pelo controle da casa prisional, resultando na morte de um apenado. A disputa começou entre dois apenados de facções diferentes. Um deles teria chamado o outro para supostamente negociar um acordo de paz, o que seria uma armadilha para matá-lo. O plano, no entanto, teria dado errado e ele então teria ordenado que o apenado que morreu agredisse ou matasse outro preso, iniciando o conflito.
No enfrentamento, o apenado foi morto e outros dois integrantes da mesma organização criminosa ficaram feridos. Diante disto, 14 presos foram transferidos pela Susepe, dentre eles, os envolvidos nos fatos. A delegada regional, Caroline Virginia Bamberg, informou que os agentes penitenciários começaram a receber ameaças de morte, via telefone e por outras pessoas. As ameaças foram mais intensas contra um casal de agentes penitenciários, extensivas à família destes. “Na semana passada, um veículo parou na frente da casa prisional durante a madrugada, onde os ocupantes gritaram que os agentes iriam morrer”, comentou a delegada.
A Polícia Civil apurou que as ameaças partiram da facção do apenado morto, uma vez que o descontentamento deste grupo com a administração penitenciária é conhecida, pois irmãos de seu líder, presos em outros presídios, têm sido barrados no Presídio Estadual de Cruz Alta.