O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), informou que se colocou à disposição do governo federal para “dialogar e traçar estratégias para devolver a tranquilidade ao povo do Rio de Janeiro”. No início da tarde deste sábado, o prefeito participou de reunião com o presidente da República, Michel Temer (PMDB), com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e com o general do Exército Braga Netto, nomeado interventor do governo federal para a segurança pública do Estado.
No Palácio Guanabara, sede do governo estadual, no bairro de Laranjeiras, zona Sul do Rio, discutiram os rumos da intervenção. “Após o encontro, Crivella reiterou sua gratidão por esse grande esforço das Forças Armadas na segurança da nossa cidade e do nosso Estado”, informou por meio de nota. Durante a semana, em outro comunicado, afirmou já ter pedido a Temer medida semelhante em setembro do ano passado.
Crivella avaliou, após participar de reunião com sua equipe, que “o sistema de drenagem da cidade conseguiu suportar o volume enorme de chuva, sem precedentes nos últimos 100 anos”. Ele ainda classificou como heroico o trabalho dos seus secretários. “Houve espírito público e coragem por parte dos servidores”, traz nota divulgada pela prefeitura. Disse também que sua viagem à Europa durante o carnaval foi “cansativa”.
Crivella estava ausente no dia em que foram registradas as quatro mortes durante a tempestade e quando o governo federal decretou intervenção militar na segurança do Estado do Rio, na última sexta-feira. O Ministério Público do Estado (MPRJ) abriu investigação para apurar se a viagem e os gastos do prefeito e comitiva são justificáveis. A prefeitura informa que prestará os devidos esclarecimentos. “Na reunião com o secretariado, o prefeito lamentou profundamente as mortes ocorridas em consequência do temporal. E ressaltou a determinação que deu a toda sua equipe para que atenda com máximo de prontidão às necessidades da população mais afetada pela chuva”, informou a prefeitura, no comunicado.
“Fui à Europa, numa viagem cansativa, porque nós precisamos de mais informações. O COR (Centro de Operações do Rio) tem câmeras ligadas pela cidade, mas não sabemos, por exemplo, o que acontece nas comunidades carentes. Se a gente colocar câmeras lá, elas serão alvejadas. Fomos a esses países conhecer seus drones, que são equipamentos que podem, de uma altura que não serão derrubados pelo crime organizado, nos dar informação de onde está o crime e como está se desenvolvendo”, afirmou.