A primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, e alguns dos seus principais ministros, iniciarão nas próximas semanas uma campanha para esclarecer os planos sobre a futura saída do Reino Unido da União Europeia (UE), segundo informou a imprensa local neste domingo (11).
May pronunciará um discurso durante as próximas três semanas no qual apresentará detalhes sobre a futura relação que espera estabelecer com Bruxelas após a ruptura com o bloco, no dia 29 de março de 2019.
O ministro de Relações Exteriores, Boris Johnson, um dos principais defensores do Brexit na campanha do referendo que foi votado em junho de 2016, será o primeiro a apresentar as suas ideias sobre a saída da União Europeia (UE), na próxima quarta-feira.
O ministro para o Brexit, David Davis, e o titular de Comércio Internacional, Liam Fox, também programarão discursos, mas o mesmo não será feito pelo ministro de Economia, Philip Hammond, considerado o membro do gabinete de May mais favorável à UE.
Na campanha para explicar o roteiro britânico para o Brexit, a chefe de governo e os ministros abordarão temas como os direitos dos trabalhadores, acordos de comércio internacional e segurança.
Na semana passada, o negociador-chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, pediu a Londres mais “clareza” sobre seus planos. Barnier alertou que existem diferenças “substanciais” entre Londres e Bruxelas sobre o futuro acordo de transição que o Reino Unido quer estabelecer após a saída oficial do bloco.
“Chegou o momento de tomar decisões”, disse o ex-ministro francês, ao ressaltar que se o Reino Unido decidir deixar o mercado único e a união aduaneira ao sair da UE, as restrições para a troca de bens e serviços serão “inevitáveis”.
Segundo o jornal The Observer, May está sob pressão por parte de alguns dos principais doadores do Partido Conservador, que a acusam de “indecisão” e se sentem “frustrados” pelo rumo que tomaram as negociações com Bruxelas.
O grupo de pressão Best for Britain, por sua parte, prevê começar neste mês uma campanha para convocar um segundo referendo sobre o Brexit e tentar frear a saída britânica da UE.
O milionário americano George Soros, que ofereceu 400 mil libras esterlinas a esse grupo, afirmou neste domingo em artigo em The E-mail on Sunday que abandonar o bloco é um “erro trágico” por parte do Reino Unido.
“O processo de divórcio vai manter o Reino Unido e a Europa ocupados durante os próximos anos, quando deveriam estar se unindo para resistir perante inimigos externos como a Rússia de Putin”, afirma Soros.