Procura por vacina da febre amarela triplica em janeiro, em Porto Alegre

A procura pela vacina contra a febre amarela, nos últimos meses, se reflete nos dados de imunização da Capital. Segundo os números do Ministério da Saúde, foram aplicadas, até esta segunda-feira, mais de 20 mil doses. Para se ter uma dimensão, o resultado triplicou em relação a janeiro de 2017, quando foram distribuídas 6.549 doses.
Com o aumento na procura, a movimentação nos postos de saúde é grande. Na manhã de hoje, mesmo com atendimento rápido, algumas pessoas chegaram a esperar mais de uma hora e meia para se imunizar na Unidade Básica de Saúde Santa Cecília, ligada ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Com viagem programada para o Rio de Janeiro, Felipe de Carvalho Scherer chegou cedo para garantir a vacinação. Confessou não ter certeza de já ter tomado a dose antes, mesmo assim, não quis arriscar.
Segundo o chefe de equipe de vigilância de doenças transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Benjamin Roitman, essa é uma das dúvidas mais comuns em relação à imunização. Ele explicou que com a atualização mundial ficou definido que a vacinação é única. A única exceção refere-se ao modelo fracionado que está sendo adotado em alguns estados do País. “Quem já recebeu a vacina não precisa se preocupar porque a imunização segue valendo”, esclareceu.
Outro ponto relevante é a não necessidade de tomar a vacina neste momento, em que a procura é intensa. Ele destacou que, como não há a circulação da doença no Estado e na região Sul, a recomendação é apenas para aqueles que vão viajar para os Estados onde há alerta (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) ou países que exigem.
Assim, é importante o alerta ainda para quem tenha viajado para esses Estados, especialmente em áreas de mata, e apresente sintomas. Isso porque há um período de incubação, entre a picada e o início dos sintomas, que varia de três a seis dias. Entre os sintomas estão início repentino da febre, dores musculares, dor de cabeça severa e fraqueza, por exemplo.
O vírus da febre amarela é transmitido pela picada de um mosquito infectado. Como os casos registrados são de áreas silvestres, o transmissor é o Haemogogus e Sabethes. Além disso, é importante o esclarecimento de que não são os macacos os transmissores da doença.