Fux se declara suspeito para julgar ação sobre voto impresso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux se declarou suspeito para julgar a ação protocolada hoje pela Procuradoria-Geral da República para derrubar a obrigatoriedade do voto impresso em parte das urnas eletrônicas nas eleições de outubro. Com a decisão, a ação deve ser redistribuída para outro integrante da Corte.
Na decisão, Fux alegou motivo de “foro íntimo”, conforme determina o Código de Processo Civil, e declarou ter interesse na causa como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro toma posse no cargo amanhã.
Ao defender a derrubada do voto impresso, a procuradora-geral da República Raquel Dodge argumenta que a medida “potencializará falhas, causará transtornos ao eleitorado, aumentará a possibilidade de fraudes e prejudicará a celeridade do processo eleitoral. Elevará, ainda, (o número de) urnas em que a votação terá que ser exclusivamente manual”.
Nas eleições deste ano, o TSE deve usar em torno de 30 mil urnas com impressora. A impressão foi aprovada no Congresso em 2016 e prevê a continuidade da votação por meio da urna eletrônica, mas com a impressão de um boletim dos votos computados, que serão colocados em uma urna física lacrada, para que possam sofrer auditoria. O comprovante não é entregue ao eleitor. O custo total de implantação das impressoras em todas as urnas do país é de R$ 1,8 bilhão.