A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “fora da lei” e “contra a Constituição” a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que aumentou a pena do político no caso do Triplex do Guarujá. Em sua fala, Cristiano Zanin reiterou que Lula é inocente e disse que o processo não foi capaz de provar que houve crime. Declarou que o “julgamento não reflete a realidade” e que fere Constituição Federal.
Zanin enfatizou que a inocência de Lula ainda não foi colocada em xeque, apesar da decisão em segunda instância. “Não afastaram em hipótese alguma a garantia da presunção de inocência do ex-presidente Lula, pois essa só pode ser feita a partir de um exame racional que mostre provas da prática de um crime”, definiu.
Sobre os próximos passos, Zanin salientou que aguarda a publicação do inteiro teor do que foi decidido pelo TRF4. “A defesa vai analisar a decisão e tomar as medidas legalmente cabíveis, com a expectativa de reverter essa decisão, mostrando as incongruências que estão presentes nos votos apresentados”, relatou.
“Nós estamos diante de uma condenação fora da lei”, afirmou o defensor José Roberto Batochio. “Condenação sem provas é condenação autoritária. Condenação sem a demonstração concreta e efetiva do ato criminoso é ato de autoritarismo contra a ordem democrática”, reforçou. O advogado Batochio disse também que “os que hoje julgam serão julgados. Quem se lembra do nome dos juízes que julgaram Nelson Mandela? Ninguém. Mas todo mundo se lembra do Mandela”.
Batochio garantiu que o processo contra Lula vai além da análise da culpa do ex-presidente. “Hoje vimos que não precisa demonstrar qualquer ato do condenado para condená-lo. Nós acreditamos na palavra de um delator”, apontou. “Isto não é uma advertência da defesa de Lula, é uma advertência de um grande jurista francês, advogado de Luís XVI”, citou.