Todos os suspeitos de envolvimento no caso do sacrifício de duas crianças em um ritual satânico serão reinquiridos pela Polícia Civil. Foi o que disse, nessa manhã, o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Novo Hamburgo. O delegado Rogério Baggio explicou que os novos depoimentos serão colhidos perto da conclusão do inquérito, que teve o prazo estendido em mais 60 dias pela Justiça. “Com alguns elementos novos que surgiram no andamento do inquérito, vou reinquiri-los”, enfatizou. Ele não descartou inclusive a realização de alguma acareação.
Até o momento, a Polícia prendeu cinco pessoas e procura mais duas. A prisão mais recente ocorreu na tarde de sábado perto da praia de Quintão, no litoral Norte. Trata-se de mais um apontado como interessado em “prosperidade” em negócios do ramo imobiliário, que seguia foragido. O homem deve ser ouvido na tarde de hoje pelo delegado Rogério Baggio caso “não ocorra alguma diligência urgente”. O sócio nos negócios já havia sido detido antes. Ambos, conforme a Polícia, contrataram a seita satânica, cujo líder também segue preso. O templo fica perto da ERS-020, em Gravataí.
Em setembro do ano passado, em dias diferentes, as partes esquartejadas de um casal de irmãos por parte de mãe, sendo um menino na faixa etária entre 8 e 10 anos, e uma menina entre 10 e 12 anos de idade, foram encontradas em uma estrada no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Duas testemunhas-chaves aparecem no inquérito, uma que viu parte de um ritual satânico em que havia duas crianças e outra que enxergou uma caminhonete com um dos sócios no local onde foram abandonados os corpos esquartejados das vítimas.
A identificação das crianças, cujas cabeças não foram localizadas até o momento, é um mistério. Uma linha investigativa sugere que sejam de nacionalidade argentina, mas outra hipótese é de que serem brasileiras, sendo apurado uma relação com o Nordeste do Brasil. Uma caixa de papelão onde foram encontradas partes esquartejadas das crianças era de uma marca de sabão em pó não comercializada no Rio Grande do Sul. A fábrica do produto fica em Pernambuco, onde um dos presos mantém relações.