Às vésperas do julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o PSB decidiu se manifestar publicamente em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após reunião da Executiva Nacional, o partido divulgou, nesta terça-feira, uma nota condenando a celeridade do processo e defendendo o direito do petista a disputar as eleições.
Em nota, a sigla fala em “atipicidade na velocidade” em que o recurso do ex-presidente tramitou na segunda instância, e que a Justiça, ao superar a morosidade habitual com os demais cidadãos, “terminou por criar um fato político”.
Assinada pelo presidente da legenda, Carlos Siqueira, a mensagem defende que uma solução política, por meio das urnas, é necessária para que o País supere a crise que se arrasta pelos últimos anos. “Considera-se que o tribunal político mais adequado em uma democracia é o voto popular, em eleições livres – avaliação essa que é comum, no presente caso, à maioria das forças políticas responsáveis, independentemente de seu espectro ideológico”, sustenta o partido. As informações foram veiculadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Legenda que pertence ao bloco de oposição ao governo Michel Temer, o PSB se distanciou do PT no início do processo eleitoral de 2014, quando lançou a candidatura à Presidência da República do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo durante a campanha.
Ao retomar o posicionamento político de partido de esquerda, o PSB se reaproximou dos petistas na atuação contra as reformas trabalhista e previdenciária no Congresso Nacional, mas ainda assim quer manter uma “distância regulamentar” do PT para marcar posição como alternativa de esquerda nas eleições de 2018.
Apesar das pressões de dirigentes do PT, o partido não deve assinar o manifesto “Eleição sem Lula é Fraude”. O documento que defende o direito do petista de ser candidato ao Palácio do Planalto, já ganhou até a assinatura do deputado Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade e da Força Sindical, crítico do PT. O PSB, no entanto, não proibiu os filiados de participar das manifestações públicas em defesa de Lula, marcadas para terça e quarta-feira.