Após a mobilização dessa segunda-feira, que começou com uma caminhada pelas ruas de Porto Alegre, os movimentos sociais que estão na cidade para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguem ganhando reforços na manhã desta terça. O número de integrantes no Anfiteatro Pôr do Sol segue aumentando.
Apesar da concentração e do tempo instável, o trânsito ainda é normal na avenida Edvaldo Pereira Paiva. Cerca de 500 policiais militares estão espalhados pelas imediações do anfiteatro. Apenas o acesso de veículos é controlado pelos militantes no acampamento. Oito agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) foram designados para monitorar o trânsito no entorno.
As mudanças nas linhas de ônibus e os bloqueios na região começarão a partir do meio-dia. Quem costuma passar pela região deve ficar atento às mudanças para não ficar preso no trânsito.
Segurança privada
A Frente Brasil Popular, que coordena as mobilizações pró-Lula no Rio Grande do Sul, contratou cerca de 500 pessoas para fazer segurança privada dos manifestantes. Organizadores temem a atuação de grupos mascarados durante os atos desta terça-feira. Ninguém está autorizado a utilizar máscaras durante as mobilizações e o pedido aos manifestantes é que sigam as orientações dos carros de som.
Julgamento unifica movimento social
A extensão e a profundidade das mudanças produzidas no país a partir da posse do presidente Michel Temer (PMDB) no Planalto, incluindo na pauta do país a reforma trabalhista, que atinge a todos os brasileiros, além da insistência com mudanças na Previdência, acabaram por unir atores dispersos no cenário político brasileiro.
A maior demonstração dessa unidade ocorre hoje em Porto Alegre, quando movimentos sociais adormecidos durante os anos do governo petista na Presidência, ressurgem nas ruas dispostos a quebrar a máxima de que “a esquerda só se une na cadeia”. As mobilizações, que prometem os organizadores, serão as maiores desde que Lula e Dilma Rousseff ocuparam a Presidência, fazendo ressurgir a esquerda como força política.
Agora, de novo, estão lado a lado o PCdoB, o PSol e todas as nuances que compõem o espectro político que de 2002 a 2014 giraram em torno de Lula e Dilma. Do outro lado, à direita e ao centro, não há ainda unidade. Mas, de uma forma ou de outra, a eleição ao Planalto, em outubro, passa por esta quarta-feira em Porto Alegre. Na Capital, o foco vai para além da perspectiva do julgamento. O eixo aqui é a eleição.
Com informações de Henrique Massaro e Luiz Augusto Kern