O governo do Rio Grande do Sul e a União assinaram, nesta sexta-feira, um acordo que prevê a doação de uma área estadual para a construção de um presídio do sistema federal em Charqueadas, orçado em R$ 42 milhões. A unidade vai contar com 218 vagas para detentos de alta periculosidade. A cerimônia contou com as presenças do governador José Ivo Sartori e do ministro da Justiça e Segurança, Torquato Jardim.
Administrados pelo Ministério da Justiça, os presídios federais não sofrem com superlotação, rebelião ou tentativa de fuga. Em 11 anos, nenhum aparelho celular conseguiu driblar os quatro níveis de revista que um visitante passa até estar pessoalmente com o preso. Também não há televisão nem jornais à disposição. As leituras permitidas incluem livros, revistas, apostilas de cursos e conteúdo religioso.
O Brasil conta atualmente com quatro presídios federais, além do de Brasília, que vai ser inaugurado no primeiro semestre. O nível de monitoramento dentro das unidades do Sistema Penitenciário Federal (SPF) é muito mais alto que o habitual. Em 28 agosto do ano passado, uma portaria do Ministério da Justiça proibiu visitas íntimas aos presos, salvo para réus colaboradores e réus delatores. A restrição surgiu após investigações revelarem que, desses encontros, saíram as ordens para assassinar dois agentes federais e uma psicóloga.
“Em países da Europa e até mesmo nos Estados Unidos, visita íntima é um benefício que não se concede à maioria dos presos”, afirmou o diretor da Penitenciária Federal de Brasília, quinta unidade do SPF.