O ex-deputado e ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont (PT) comparou nesta quarta-feira a atmosfera que cerca o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo TRF4, ao ambiente de insegurança social e jurídica que vigorou durante a ditadura militar no Brasil. “Não estamos diante de um ato judicial normal. Por mais piruetas jurídicas que façam, não existe explicação para essa condenação que tentam sustentar”, discursou, durante a inauguração de um comitê popular em defesa do direito de Lula concorrer.
“É um processo de exceção. Já vivemos isso. Eu mesmo fiquei um bom tempo preso, sem prova, sem culpa formada, sem um julgamento, porque o regime me apontava como subversivo. Esta defesa não é apenas por Lula, mas pelo futuro da democracia”, argumentou.
Presente no ato, o pré-candidato ao Palácio Piratini Miguel Rossetto (PT) lamentou pelo que considera um movimento de politização no Judiciário brasileiro. “Não sabemos o que vai ocorrer neste julgamento, mas prevemos um resultado desfavorável. Será uma decisão que não encerra a luta política”, apontou.
Frente define agenda pró-Lula
A Frente Brasil Popular, formada por partidos políticos, centrais sindicais e movimentos sociais, confirmou o calendário central de atividades relacionadas ao julgamento da apelação do ex-presidente Lula, pelo TRF4, em Porto Alegre.
No dia 22, às 18h, os juristas Celso Amorim e Eugênio Aragão, além do economista Luiz Gonzaga Belluzo comentarão o processo que condenou Lula, no auditório da Fetrafi.
No dia 23, às 14h, ocorre ato na Assembleia, com lideranças políticas nacionais, como a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann. A partir da 16h, concentração na Esquina Democrática. Após, uma marcha percorre ruas centrais da Capital.
No dia 24, está prevista manifestação próximo ao TRF4.