Condenados ex-reitor da Ulbra e filha por lavagem de dinheiro

Foto: Divulgação
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A 7ª Vara Federal de Porto Alegre condenou o ex-reitor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra/Celsp) Ruben Becker e a filha dele, Ana Lúcia Becker, pelo crime de lavagem de dinheiro. Três pessoas, que também haviam sido acusadas, receberam absolvição. A sentença é do juiz federal Guilherme Beltrami.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o grupo utilizou artifícios para ocultar ou tentar regularizar a origem de valores desviados da instituição de ensino. Entre os atos praticados, o processo cita a realização de aplicações e de movimentações financeiras por meio de uma conta bancária em nome de uma neta do ex-reitor, a compra e venda de uma fazenda, e a aquisição de dois veículos de luxo e um motor-home.
Os bens, conforme a Justiça, foram registrados em nome de empresas ou de terceiros e, na casa de um dos acusados, foram encontrados cerca de R$ 28 mil, 14 mil dólares e 9 mil euros sem declaração.
Becker recebeu pena de cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto e Ana Lúcia a quatro anos, dois meses e 20 dias. Os réus ainda podem recorrer em liberdade ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
No processo, a defesa dos réus assegurou a legalidade das condutas e a origem lícita do dinheiro. Ruben Becker justificou os valores guardados em casa como recebidos em função da atividade profissional. Já as quantias em conta-corrente, segundo o ex-reitor, tiveram origem em uma rescisão de contrato de trabalho e um plano de previdência privada, e eram destinadas ao sustento da família.
Ao decidir o caso, o juiz destacou que a denúncia apontou como crimes antecedentes a prática de peculato e fraude à execução e o delito de organização criminosa. Conforme o magistrado, dos seis fatos narrados pelo Ministério Público Federal (MPF) como tentativas de ocultação de patrimônio, apenas dois ocorreram em períodos posteriores a esses crimes. Assim, foram consideradas. também, as provas obtidas em relação a eles.
Em outro processo, Becker e outras pessoas respondem pelo desvio de R$ 6 milhões de um montante superior a R$ 10 milhões recebidos pela Ulbra da Prefeitura de Canoas.