Durante entrevista coletiva, realizada na manhã desta segunda-feira em Porto Alegre, a delegada Elisa Ferreira de Souza, da 6ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deu mais detalhes do crime contra Jonathan Rafael Maria, cujo corpo foi encontrado esquartejado e carbonizado em Eldorado do Sul. Elisa relatou que o crime foi planejado pelo suspeito, já preso, e afirmou ainda que a vítima foi pega de surpresa.
“Tudo indica que o crime foi premeditado, com motivação financeira. Os índicios são inúmeros. O suspeito sabia que a família do Jonathan estaria fora da cidade. Além disso, ele tem livre acesso à casa onde ocorreu o assassinato porque tem a chave e a senha do alarme”, disse a delegada.
Elisa esclareceu ainda que o suspeito contou aos policiais que usou uma arma antiga, que pertencia ao tio. “Ele indicou que a mesma não teria munição. Então, ele foi obrigado a adquirir a munição, montar a arma, porque se tratava de uma arma longa e ingressar na casa. A vítima foi pega de surpresa porque não há indício de luta corporal. Possivelmente, o Jonathan tenha sido morto com um tiro pelas costas porque ele não teve chance de defesa. E não temos evidência da participação de uma terceira pessoa”, acrescentou.
A delegada explicou que no dia 26 de dezembro o suspeito entregou para Jonathan Rafael um cheque no valor da dívida, ou seja, em torno de R$ 60 mil. “O Jonathan foi ao banco e verificou que o cheque não tinha fundos. Certamente, a partir daí houve uma intensificação dos ânimos e a partir disso o suspeito pode ter começado a pensar a eliminar o amigo para cessar essas cobranças”, frisou.
Após o assassinato, o suspeito esquartejou o corpo de Jonathan e abandonou as partes às margens da BR 290, em Eldorado do Sul. Foi quando, segundo a delegada, a estratégia do criminoso começou a dar errada: o carro em que ele estava atolou e ele precisou pedir ajuda de um homem, que visualizou os sacos e sentiu um cheiro forte. O suspeito então informou que se tratavam de carnes que havia trazido de Santa Maria, no Centro do RS, e que estavam apodrecendo.
Após conseguir desatolar o carro, o suspeito foi a um posto de gasolina com um galão, alegando precisar abastecer o carro. A suspeita da Polícia é que, então, ele tenha utilizado o combustível para atear fogo no corpo de Jonathan. O homem que ajudou o criminoso a retirar o veículo o reconheceu e foi testemunha no inquérito policial.