O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, revelou a parlamentares petistas, na sexta-feira, estar preocupado com as ameaças de conflitos durante o julgamento do ex-presidente Lula, no dia 24. Ele relatou que magistrados vêm recebendo ameaças e que alguns tiraram as famílias do Estado por precaução.
Thompson Flores citou o caso de uma pessoa do Mato Grosso do Sul que reitera ameaças de atentado contra o prédio do TRF4. O desembargador contou também ter recebido um telefonema do presidente da associação de magistrados com relatos de ameaças a juízes.
Em resposta, os petistas alegaram não haver orientação neste sentido e que as ameaças devem ser acompanhadas caso a caso. “Não há nos movimentos sociais qualquer disposição para conflitos, não há orientação nesse sentido”, assegurou o deputado Marco Maia, admitindo haver “radicalismo” em expressões relacionadas ao julgamento do ex-presidente da República.
Thompson Flores informou ainda aos parlamentares petistas que vai levar o sentimento de apreensão à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, com quem se reúne na segunda-feira, e à procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Segundo o relato do presidente do TRF4, o tribunal detectou pressões de todos os lados, especialmente em manifestações em redes sociais e, num dos casos, uma servidora do próprio tribunal lançou uma campanha virtual pela confirmação da condenação de Lula. Em reação, a Administração da Corte informou que a servidora não atua em julgamentos e que a manifestação ocorreu em caráter particular.