O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, disse hoje, em Brasília, que o órgão definiu como meta concluir até o fim do ano as investigações de todos os inquéritos criminais em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo os da Operação Lava Jato.
Ele informou ter efetivado, a partir desta quarta, o aumento de nove para 17 no número de delegados dedicados exclusivamente a cerca de 200 investigações policiais em curso no STF. Disse, ainda, ter sido dobrada a equipe de peritos, de modo a destravar os inquéritos com laudos pendentes.
“A ambição é humana”, afirmou Segovia ao ser questionado se a meta é mesmo factível. “É uma meta que a ministra Cármen Lúcia [presidente do STF] também quer, a doutora Raquel Dodge [procuradora-geral da República] também está imbuída desse propósito, e acho que o país merece ter uma resposta quanto a essas investigações”, acrescentou.
Temer
As declarações do diretor-geral da PF foram dadas após uma reunião de quase 1h30 no gabinete de Cármen Lúcia, na manhã de hoje. Ao ser perguntado se a conclusão dos inquéritos também envolve as investigações contra o presidente Michel Temer, Segovia disse que sim.
“Foram enviadas as perguntas ao presidente Temer, a gente aguarda a resposta dessas perguntas para que seja tomado um novo passo na investigação do presidente Temer”, disse, referindo-se a um dos inquéritos em que o presidente é alvo.
Todas as investigações criminais conduzidas pela PF no STF envolvem a suspeita de políticos com foro privilegiado na Corte, entre parlamentares, ministros de Estado e o presidente da República.
De acordo com o balanço mais recente, divulgado em dezembro pelo gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, há hoje tramitando no STF 140 inquéritos resultantes de investigações da operação. Desses, 73 foram redistribuídos para outros ministros por não estarem diretamente relacionadas a desvios na Petrobras.