O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, destacou que o número de fraudes no Bolsa Família se deve a inconsistências cadastrais do Programa. Em entrevista à Rádio Guaíba, Terra disse que desde quando assumiu o cargo, em maio passado, havia uma base de dados pequena e com controle praticamente anual dos beneficiários, o que pode ter provocado um “inchaço” no número de participantes por conta do ingresso de cadastros indevidos. Conforme o ministro, um pente-fino feito pela Pasta encontrou irregularidades em 1,1 milhão de benefícios do programa, que representa 7,9% dos 13,9 milhões de beneficiários. Em todos os casos, foi constatado que a renda das famílias era superior à exigida para a participação no programa.
O ministério determinou o cancelamento de 469 mil benefícios. Nos outros 654 mil casos em que foram encontradas irregularidades, o governo determinou a suspensão dos pagamentos até que sejam esclarecidas eventuais inconsistências. Osmar Terra ressaltou que a finalidade do Bolsa Família é evitar a pobreza extrema e colocar comida na mesa todo o dia. De acordo com o ministro, a partir de agora o governo vai investigar o cadastro das pessoas declaram que não possuem renda.
O Bolsa Família é voltado para famílias em extrema pobreza, com renda per capita mensal de até R$ 85,00, e para famílias pobres, com renda per capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 170,00. O cancelamento do benefício foi determinado para famílias que, segundo o pente-fino, têm renda per capta acima de R$ 440. Já o bloqueio foi aplicado nos casos em que o ministério verificou renda familiar per capita entre R$ 170 e R$ 440.