O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse, em entrevista ao programa Conexão Guaíba, que o prefeito Nelson Marchezan Jr, agiu de boa fé, mas com desconhecimento, ao solicitar a presença das Forças Armadas em Porto Alegre durante o julgamento do ex-presidente Lula, que ocorre no próximo dia 24.
“Não sou a pessoa adequada para interpretar a intenção do prefeito. Acredito que houve boa fé, mas com desconhecimento. Não há a mais remota possibilidade de um prefeito solicitar ao presidente da República a participação das Forças Armadas”, disse. O ministro deixou claro, ainda, que apenas o governo do Estado pode solicitar a presença do Exército.
Além disso, Jungmann disse que não existe, no caso, a necessidade de garantia da lei e da ordem preventiva. De acordo com o ministro, as Forças Armadas podem ser solicitadas apenas quando o Estado se torna incapaz de controlar alguma situação de colapso. Ele também disse acreditar que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Brigada Militar sejam capazes de cuidar da Segurança e que não ocorra desordem, apenas manifestações.
“Da nossa parte, não vemos riscos. Pelas informações que temos da inteligência, não existe no horizonte a possibilidade de perda do controle. Tudo será contornável com a capacidade do Governo”, finaliza Jungmann.
Julgamento
Sobre a organização dos manifestantes na cidade, a Justiça proibiu a montagem de acampamento junto ao Parque da Harmonia (que fica em frente ao prédio do TFR4) e determinou que a segurança na região seja reforçada. Não há, ainda, uma estimativa de quantas pessoas devem chegar à Capital para o julgamento.
Lula foi condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba, a 9 anos e seis meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se for condenado pelo TRF4, pode ir para a prisão e, em princípio, se torna inelegível.