O líder de um templo satânico e dois seguidores foram presos, ainda em 27 de dezembro, na região Metropolitana, como suspeitos de terem assassinado duas crianças, que tiveram os corpos esquartejados, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. De acordo com as investigações, ambas foram vítimas de um ritual. Outros três suspeitos seguem sendo procurados pela 2ª Delegacia de Polícia e a Delegacia de Homicídios do município, que começaram a investigar o caso ainda em setembro.
As investigações permanecem sob sigilo. Com isso, a Polícia Civil não repassou detalhes da prisão, como os nomes dos detidos ou o local onde fica o templo. Segundo o delegado da regional do Vale do Sinos Rosalino Seara, havia pelo menos duas grandes linhas de investigação, uma sobre tráfico de pessoas e outra sobre ritual macabro. Em relação à última, foram encontrados indícios e a polícia conseguiu confirmar a existência do templo.
Após mandados judiciais, os suspeitos foram presos em um casa localizada dentro de um sítio. Em depoimento à polícia, o líder se disse mestre e bruxo. Além de rituais, ele fazia conferências sobre o assunto. O homem mencionou ainda uma espécie de pacto com o diabo. Apesar de ter negado a realização de sacrifícios, os seguidores dizem que, com as práticas, atraíam prosperidade.
A apuração do caso continua e, nessa terça-feira, agentes fizeram buscas no bairro de Lomba Grande – onde os corpos foram encontrados – para tentar localizar as cabeças das vítimas. Em setembro, apenas os troncos e membros foram localizados às margens da Estrada Porto das Tranqueiras. As crianças não foram identificadas até o momento. Exames de DNA confirmaram que se trata de um casal de irmãos – apenas por parte de mãe: um menino, entre oito e 10 anos, e uma menina, entre 10 e 12. Uma das crianças havia sido alcoolizada.
Em São Leopoldo, crânios foram encontrados no Parque do Trabalhador, mas não pertencem às crianças mortas em Novo Hamburgo. O inquérito policial desse caso deve ser finalizado na próxima semana.
Relembre o caso
Em 4 de setembro, duas crianças foram encontradas esquartejadas no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. As partes dos corpos foram embaladas em sacolas plásticas e em caixas de papelão, em um mato às margens de uma estrada.