O Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul confirmou, nesta terça-feira, que o menino Guilherme da Silva Andrade morreu vítima de asfixia mecânica, em função de afogamento. O órgão destacou que os membros da criança não tinham fraturas aparentes, embora testemunhas relatem que, na tarde de domingo, uma cobra de grande porte tenha puxado o menino para dentro do rio Teixeira, na localidade de Butiá Grande, em Ipiranga do Sul, no Norte gaúcho.
Conforme o IGP, o corpo de Guilherme, de 12 anos, passou por exames no Posto Médico Legal de Passo Fundo, nessa segunda-feira. De acordo com o laudo da necropsia, foram encontrados sinais internos de asfixia e sinais específicos de afogamento. Os agentes também coletaram um fragmento de pulmão para pesquisa de plâncton, exame confirmatório de afogamento. Guilherme residia na vila Santa Rita, em Passo Fundo, e viajou para passar o feriadão com familiares em Ipiranga do Sul.
De acordo com o 3º Batalhão do Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM), as buscas pela serpente relatada pelas testemunhas ainda devem ser mantidas, por pelo menos dois dias. Doze policias, uma embarcação, um drone e equipes por terra fazem a varredura da região desde ontem. O Comandante do CABM, coronel Vitor Hugo Cordeiro Konarzewski, salienta que o objetivo é coletar dados capazes de comprovar ou não a existência de um réptil de grande porte.
A suspeita inicial é de que a espécie relatada seja a sucuri, que pode atingir até dez metros de comprimento. Trata-se de uma espécie exótica para a fauna gaúcha e que, por estar no topo da cadeia alimentar, tende a ter comportamento agressivo e predador. Moradores já haviam relatado a existência de cobras de grande porte na região.
Em nota, o Corpo de Bombeiros de Getúlio Vargas citou informações, ainda não confirmadas oficialmente, de que um morador trouxe serpentes da região central do Brasil, há aproximadamente 20 anos, e que passou a criá-las em um açude que se rompeu, levando os animais ao rio Teixeira. O comunicado cita que “pela devida precaução que se exige, orienta-se que não se transite no local (próximo ao rio) até que o fato seja devidamente esclarecido, por grave risco à vida que esse tipo de animal pode causar”.
Veja a nota do IGP sobre o caso:
Sobre o falecimento de GUILHERME DA SILVA ANDRADE: o Instituto-Geral de Perícias esclarece que, no dia 1º de janeiro de 2018, o Posto Médico Legal de Passo Fundo recebeu o corpo de Guilherme da Silva Andrade para exames. De acordo com o Laudo de Necropsia, foram encontrados sinais internos de asfixia, além de sinais específicos de afogamento, os quais dão elementos para afirmar que a morte foi devido à ASFIXIA MECÂNICA POR AFOGAMENTO. Registra-se que os membros não apresentavam fraturas, bem como não há outras particularidades a serem mencionadas. Por fim, foi coletado um fragmento de pulmão para pesquisa de plâncton, exame confirmatório de afogamento.
Veja a nota emitida pelos Bombeiros de Getúlio Vargas:
O CBMRS, com sede em Getúlio Vargas, na data de 31.12.2017, recebeu um chamado de afogamento ocorrido em decorrência de ataque de cobra, na localidade de Linha Butiá Grande, em Ipiranga do Sul. No local, foi narrado que o réptil havia atacado dois jovens, sendo que um foi levado para dentro do Rio Teixeira. Foi efetuado buscas com o uso de garateia e mergulho (sem equipamentos) na área imediata do possível afogamento, mas sem sucesso.
Foi mobilizada a PATRAM da Brigada Militar, equipe de Mergulho e Cães de do 7BBM, para buscas coordenadas e em conjunto no dia seguinte, porém o corpo do Jovem de 12 anos foi localizado por familiares e vizinhos na manhã de 01.01.2018. O Corpo foi encaminhado à perícia na cidade de Passo Fundo, onde, aguarda-se resultado formalizado do órgão sobre possível ataque da serpente.
Nesta manhã, o CBMRS e a PATRAM da Brigada Militar continuam as buscas na região a fim de se localizar a suposta serpente.
Informações dão conta de que havia um morador que trouxe da região central do Brasil, a aproximadamente 20 anos, cobras; e que as criava em um açude que veio a se romper, levando os animais ao Rio Teixeira.
Pela devida precaução que se exige, orienta-se que não se transite no local (próximo ao rio) até que o fato seja devidamente esclarecido, por grave risco à vida que esse tipo de animal pode causar.