Milhões de brasileiros e empresas têm a oportunidade de resgatar dinheiro esquecido, somando um total de R$ 10 bilhões. O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou novos dados sobre o Sistema Valores a Receber (SVR) nesta terça-feira, 8 de julho de 2025. O montante acumulado em bancos e outras instituições financeiras refere-se a dívidas esquecidas. As pessoas físicas têm acesso a cerca de R$ 7,5 bilhões, enquanto as empresas somam R$ 2,5 bilhões em valores disponíveis.
Desde sua implementação em 2022, o SVR tem sido uma ferramenta essencial para recuperar recursos financeiros. Este sistema digital foi desenvolvido para facilitar a consulta e o resgate de valores não reclamados por pessoas físicas e jurídicas. O SVR foi lançado pelo Banco Central com a missão de devolver dinheiro esquecido em contas encerradas, cobranças indevidas e outros recursos. A plataforma abrange uma variedade de situações financeiras, proporcionando um meio seguro para a recuperação de valores.
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem consultar o sistema para localizar valores esquecidos. A população em geral e os herdeiros legais têm acesso a essas informações, permitindo a recuperação de fundos que podem ter sido deixados para trás. As empresas têm R$ 2,5 bilhões disponíveis para 4,2 milhões de CNPJs. Já para as pessoas físicas são R$ 7,5 bilhões disponíveis para 43 milhões de cidadãos.
RESGATE
O SVR é um serviço do BC no qual o cidadão pode consultar se ele próprio, sua empresa ou pessoa falecida tem dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição. Para ter acesso a recursos de pessoas falecidas é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem, com a atualização de novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro. Apesar da transferência ao Tesouro, as estatísticas continuarão a ser atualizadas pelo BC.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Os saques por meio do sistema do BC foram interrompidos após a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro Nacional.
O repasse ao Tesouro ocorreu para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Os cerca de R$ 9,7 bilhões vão compor os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício, mas a decisão caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal), que julgará uma ação que questiona a constitucionalidade da devolução ao Tesouro.
Para consultar se tem valores a receber, basta acessar o sistema no site do Banco Central (www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber) e preencher os campos com o CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).
O SVR engloba valores disponíveis:
- em contas corrente ou poupança encerradas;
- cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- tarifas cobradas indevidamente;
- parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
- contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
- contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas; e
- outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.