
O mercado financeiro aguarda para esta terça-feira, 24, da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que elevou a taxa Selic de 14,75 % para 15 % ao ano. O documento, no entendimento dos analistas, vai esclarecer como o colegiado vê a manutenção da Selic em patamar elevado por período prolongado, com possibilidade de retomada do ciclo de alta caso as expectativas de inflação permaneçam desancoradas e o nível de preços não convirja para a meta anual de 3 % no horizonte relevante da política monetária (fim de 2026).
O tom hawkish do comunicado, que descreve uma abordagem mais rigorosa, priorizando o controle da inflação e a estabilidade de preços, ao elevar a Selic , afasta, por ora, projeções de corte de juros pelo Copom. Ainda assim, a semana deve estimular o mercado a iniciar a precificação de reduções, com a divulgação de dados do setor externo de maio, da prévia da inflação de junho (IPCA-15), na quinta-feira, 26, e dos números do mercado de trabalho de maio e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos na sexta-feira, 27.
Estes indicadores vão sinalizar se existem um dinamismo na atividade econômica e no mercado de trabalho, além de perspectiva de desinflação lenta, que permitam postergar as estimativas de início da flexibilização monetária para meados de 2026. Por outro lado, dados que mostrem moderação do crescimento, com a inflação convergindo para o centro da meta de 3% ao ano, podem antecipar as projeções de corte da Selic para o início de 2026.
A política fiscal também terá peso relevante. A dificuldade do Executivo e do Legislativo federais em equilibrar as contas públicas e estabilizar a trajetória da dívida adiciona desafios ao trabalho do Copom de desinflacionar a economia brasileira. Entre os demais destaques da semana estão a, Confiança do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 24 e IGP-M na sexta-feira, 27