Bares e restaurantes gaúchos operando no prejuízo tem o maior índice desde 2022, diz Abrasel

Um total de 55% das empresas fecharam fevereiro no vermelho

Credito: Freepik

O início de ano começou difícil para o setor de Alimentação Fora do Lar. De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Bares Restaurantes (Abrasel), 55% das empresas fecharam fevereiro no vermelho. Com aumento de 11 pontos percentuais em relação ao último levantamento, foi o pior resultado registrado nos últimos dois anos. Em termos de faturamento, apenas 18% obtiveram lucro e 27% operaram com estabilidade. A redução no número de clientes, que afetou 72% dos estabelecimentos e o custo elevado de alimentos e bebidas, que atingiu 39% dos negócios, são as principais causas da queda no desempenho.

“Fevereiro teve poucos dias úteis, feriados e a característica da época que muitas pessoas tiram férias e vão para o litoral. A expectativa é de melhora para os próximos meses, mas com a previsão de mudança das alíquotas de ICMS ou a retirada dos benefícios pode prejudicar o custo dos alimentos no setor”, contextualiza João Melo, presidente da Abrasel no RS.

Quanto a inflação no setor, os estabelecimentos seguem com dificuldades de ajustar os preços do cardápio acima do índice geral. Os dados apontam que 45% não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, 44% reajustaram acompanhando a inflação e apenas 11% reajustaram acima do índice. “A forma mais inteligente de enfrentar a inflação é estudar e conhecer seus produtos para reduzir custos. Observar os insumos que são trabalhados e descobrir se há margem para trocar por itens ou marcas com preços mais baixos”, defende o presidente.

Os dados também revelam que 34% das empresas têm dívidas em atraso. As principais dívidas são de impostos federais (79%), impostos estaduais (48%), empréstimos bancários (48%), fornecedores de insumos (31%), serviços públicos (26%), encargos trabalhistas/previdenciários (21%), aluguel (17%), taxas municipais (10%), fornecedores de equipamentos e serviços (7%) e empregados (5%).

REFORÇO

Apesar dos desafios enfrentados pelos estabelecimentos, 23% dos empreendedores pretendem contratar no primeiro semestre do ano, enquanto 52% vão manter o quadro de funcionários e apenas 19% devem demitir. A tendência é de que essas novas vagas visam suprir a alta demanda das duas datas mais rentáveis para o setor: Dia dos Namorados e Dia das Mães.

Dados recentes da PNAD – índice do IBGE que mede os empregos formais e informais no país – indicou que em dezembro, janeiro e fevereiro, os bares e restaurantes geraram cerca de 70 mil novos empregos, com crescimento de 1,3% em relação ao trimestre anterior. O resultado está na contramão do índice nacional, que apresentou redução de 0,3% no número de pessoas ocupadas.

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