Líderes avaliam que demora na decisão da Câmara sobre prisão de deputado não prejudica o caso

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Apesar da pressão pública e da pressa de parlamentares mais à esquerda, que acompanharam de perto os seis anos de espera por um desfecho sobre a morte da vereadora Marielle Franco, a avaliação de líderes da Câmara dos Deputados é que os pedidos de vista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o consequente adiamento da votação sobre a situação do deputado para a segunda semana de abril não prejudicarão o caso.

Ao Blog da Farfan, do portal R7, líderes que participaram da reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disseram que, apesar da expectativa de votar ainda nesta semana, o adiamento não gerou insatisfação e a demora não deve mudar a tendência da maioria de manter a prisão preventiva de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), um dos suspeitos de ser o mentor do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Com o fim da janela partidária no dia 5 de abril, Lira dará uma espécie de “recesso” aos parlamentares na próxima semana para que possam focar nos seus redutos eleitorais. Por isso, com o pedido de vista na CCJ e o prazo regimental de duas sessões, o assunto só deve ser vencido na comissão no dia 9 de abril e, só então, enviado ao plenário para bater o martelo sobre a situação do deputado preso.

Adiamento

Nessa terça-feira, deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pediram vista e adiaram, por duas sessões, a votação sobre a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), detido no último domingo (24) acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Como Brazão é parlamentar federal, a prisão precisa ser aprovada pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados. O relator do caso na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu que a prisão respeitou as exigências constitucionais que dizem que a detenção de um parlamentar só pode ser feita em flagrante e por crime inafiançável.

Os deputados federais Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista para analisar se a prisão preventiva foi legal, argumentando que não tiveram tempo de avaliar o relatório da Polícia Federal, a decisão de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o relatório de Darci de Matos.

“O deputado está preso. Qual é a pressa? Qual é a pressa? Nós precisamos dormir com a cabeça no travesseiro para ter certeza de fazer a coisa certa”, argumentou Gilson Marques.

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