A quadrilha que roubava apenas relógios de luxo de motoristas nas ruas de Porto Alegre começa a ser desarticulada pela Polícia Civil. Nesta segunda-feira, a Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre (DPRPA) do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) confirmou a prisão de três suspeitos. O trio foi detido em flagrante na noite da última sexta-feira na Estação Rodoviária, após a decretação da prisão preventiva deles.
A investigação está sendo realizada há aproximadamente um ano. Os suspeitos costumavam agir tripulando motocicletas, abordando as vítimas que transitavam com seus veículos e roubando os seus relógios, a maioria da marca Rolex. Cada relógio custa mais de R$ 100 mil.
Na ação, os policiais civis recuperaram oito relógios e três correntinhas, além de quatro telefones celulares, com os acusados. Em seguida, os agentes apreenderam as três motocicletas usadas nos crimes, bem como três capacetes, baús de motos, roupas e um revólver, que estavam em um estacionamento nas proximidades da Estação Rodoviária.
Com prisão temporária decretada, um quarto indivíduo foi detido em São Paulo e conduzido para o Rio Grande do Sul. Todos os indivíduos presos são de São Paulo e da Bahia, com idades entre 19 e 28 anos.
A diretora do DPM, delegada Adriana Regina da Costa, esclareceu que os assaltantes “vinham de São Paulo, chegavam em Porto Alegre e pegavam as motos” usadas nos assaltos. Após os roubos, os ladrões retornavam para São Paulo. As prisões na Estação Rodoviária ocorreram no momento em que o trio embarcaria de volta.
Ao menos cerca de 50 vítimas já foram identificadas no período da investigação, mas o número pode ser maior. Os ataques aconteciam geralmente nos bairros nobres da cidade, como Moinhos de Vento, Bela Vista e Três Figueiras, entre outros.
De acordo com a delegada Adriana Regina da Costa, as vítimas em veículos de luxo eram escolhidas, monitoradas e seguidas pelos bandidos, que fingiam ser motoboys. “Algumas das vítimas estavam em restaurantes ou mesmo no trânsito”, observou.
Segundo a diretora do DPM, os criminosos efetuaram tiros em alguns ataques. Em uma das ocorrências, o veículo da vítima era blindado e frustrou o roubo. “Não foi levado o relógio”, enfatizou a diretora do DPM. Em outra situação, a vítima não ficou ferida apesar dos disparos.
A partir da análise dos casos registrados, os policiais civis chegaram à conclusão de que os assaltos estavam sendo cometidos por integrantes de uma quadrilha especializada em roubar relógios de luxo, sediada em São Paulo. “Eles atuam em vários estados…”, lembrou a delegada Adriana Regina da Costa.