Durante evento em Maceió (AL) para entrega de unidades habitacionais a famílias de baixa renda, nesta quinta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro disparou contra o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB), que é do estado nordestino.
O chefe do executivo repetiu o xingamento do filho, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que classificou o opositor do governo de “vagabundo”. O presidente acrescentou ainda outras ofensas, como “picareta” e “traidor”.
“Todos temos uma missão nessa Terra. Agradeço a Deus pela minha segunda vida. E também a ele, que pelas mãos de muito de vocês, me colocou à frente do Executivo. Não vai ser fácil, sabemos, porque tem sempre alguém picareta, vagabundo, querendo atrapalhar o trabalho daqueles que produzem. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo com essa CPI”, afirmou Bolsonaro, que foi aplaudido pela plateia presente no evento.
“Um recado que eu tenho para esse indivíduo [Renan Calheiros]. Se quer fazer um show querendo me derrubar, não fará. Somente Deus me tira daquela cadeira”, desafiou o presidente.
A sessão da CPI da Covid nessa quarta-feira (12) teve discussão entre os senadores Flávio Bolsonaro e o relator Renan Calheiros. Em discurso, o filho do presidente reagiu ao pedido de prisão de Calheiros contra ex-secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, que era ouvido na comissão, e ofendeu o senador alagoano.
“Há claramente senadores que querem usar a CPI de palanque. Imagina a situação, um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como o senador Renan Calheiros”, afirmou, ao elogiar a posição do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), de negar o pedido de prisão de Wanjgarten.
“Vagabundo é você que roubou dinheiro do pessoal do seu gabinete”, respondeu Renan Calheiros. Com a discussão, a sessão foi suspensa pelo presidente da CPI, Omar Aziz, sendo retomada posteriormente.
O evento desta quinta-feira contou com a presença de diversas autoridades do país ligadas ao Alagoas, como o presidente da Câmara Arthur Lira (PP) e o senador Fernando Collor de Mello (PROS). O governador do estado, Renan Filho (MDB), não esteve presente. Ele é filho de Calheiros.
Durante seu discurso, Arthur Lira defendeu o governo federal e a Câmara negando que tenha havido um orçamento secreto com emendas parlamentares direcionadas a congressistas que apoiam o governo.
“E quando somos atacados por repórteres que não querem enxergar a realidade de que o dinheiro não é do Executivo, Judiciário e Legislativo o dinheiro é do povo, do orçamento público, e lá estamos brigando numa selva de 513 deputados para cada um puxar um pouquinho para o seu estado.
“O nosso papel é fazer lei justas e melhorar a vida da população com emendas nem secretas nem paralelas. A Câmara não se curvará à chantagem de que o presidente troca votos por emendas”, complementou.